A venda de agua nas bolsas de mercadorias, nos mesmo moldes em que outras commodities são comercializadas poderia ajudar a resolver a carência pela matéria prima mais importante do mundo, que deve acabar muito antes de o petróleo secar, afirmou o presidente da Nestle na terça-feira.
“Eu não sou contra a ideia,” Peter Brabeck, afirmou a Reuters, o diretor presidente do maior grupo de alimentos do mundo quando indagado sobre a idéia de um mercado de água baseado na bolsa.
O primeiro local a ser considerado deveria ser a provincial de Alberta, disse ele, onde a competição por água poderia ser particularmente acirrada entre agricultores que necessitam de agua para as suas plantações, e as empresas de petróleo que necessitam de água para explorar as areais oelosas, que requerem muito mais água do que outros tipos de depósitos.
“Estamos lidando ativamente com o ogoverno de Alberta para pensar sobre trocas de água”, disse Brabeck.
Como um primeiro passo, ele complementou, Alberta tinha direitos de terra separados, e portanto a propriedade da terra não garantia automáticamente direitos á a gua que corre por ela.
Ele também mencionou o exemple antigo do estado do golfo de Oman, que tinha um sistema de troca de água por milhares de anos e observou que a forte corrida por petróleo, que elevou os preços do barril para mais de $127 do óleo Brent cru em abril e estava acima de US$117 na terça-feira nos mercados futors internacionais, poderia erodir a demanda.
“Você vê o que acontece quando a demanda está aumentando. O mercado reage e as pessoas começam a usar o petróleo de maneira mais eficiente, “ disse ele.
“Uma coisa que não muda nunca é o preço da água.”
O director presidente se recusou a comentar especificamente sobre a atual corrida por commodities, inclusive por cacao e café, bem como petróleo, usado em quantidades enormes pela Nestle. Ele afirmou que não poderia fazer comentários sobre “questões oepracionais”.
ÁGUA, ENERGIA, ALIMENTOS PARA BILHÕES
BrabecK respondeu a perguntas antes e depois de seu pronunciamento para uma audiência predominantemente de acadêmicos em Genebra na qual ele abordou os desafios de se fornecer água, energia e alimentos para a população do mundo, que estima-se irá atingir 10 bilhões, segundo relatório da ONU na semana passada.
Ele repetiu os comentários feitos no Forum Econômico Mundial em Davos no início desse ano, dizendo que não deveria ser permitido que os bio-combustíveis desviassem recursos preciosos disponíveis.
“Uma das nossas primeiras decisões é não dar alimento para os combustíveis,” disse ele, completanto que mesmo a segunda geração de bio-combustíveis, que usa matérias primas não procedentes de alimentos, não era a resposta.
Ele argumentou que a segunda geração de combustíveis nunca seria capaz de produzir a quantidade de biomassa necessária para atender as metas ambiciosas dos governos para aumentar a quantidade de biocombustível na mistura de energia.
Em Davos ele disse que, “não os alimentos para combustível” eram a solução para a inflação dos preços dos alimentos e reiterou na terça-feira que a escalada dos preços das commodities eram a raiz do problema que tem alfigido o Norte da África e o Oriente Médio.
“O levante Árabe só começou mesmo quando os governos tiveram que aumentar o preço dos alimentos. O lado politico veio depois. Isso por que as pessoas foram empurradas para a pobreza extrem,” disse ele.
Enviado por Ruben Siqueira.