Racismo como determinante nas condições de saúde das mulheres negras

por Emanuelle Goes

O experimento da saúde na sua integralidade para as mulheres está diretamente influenciado pelas condições de vida e diferentes formas de inserção social. As questões de gênero, raça e geração conformam assimetrias e vulnerabilidades sobre as mulheres restringindo os direitos, liberdades de escolha e opções.

Pois, as mulheres negras experimentam diferentes tipos de discriminação de raça e gênero, que, quando agregados comprometem a sua inserção na sociedade como sujeitos de direitos, principalmente na saúde, que as desigualdades impostas pelo racismo e sexismo diferenciam no acesso aos serviços de saúde, assim como no processo de adoecimento dessas mulheres.

A intersecção de gênero e raça conforma para as mulheres negras, desigualdades nas relações raciais e de gênero, tanto para os homens negros e brancos quanto para as mulheres brancas, porem as relações de desigualdades ocorre em níveis diferenciados quando comparado a cada um deles.

De acordo com Barbosa (2001) em seu artigo É mulher, mas é negra: perfil da mortalidade do quarto de despejo, que a semelhança da mortalidade proporcional por faixa etária da mulher negra com homem branco, sendo 40,7% e 39% respectivamente e ao comparar os anos potenciais de vida perdidos por óbitos as mulheres negras perdem mais anos que os homens brancos. Desta forma, estas informações refletem o cenário que as desigualdades de raça, em alguns momentos, são mais intensas e fortalecem as de gênero.

E de acordo com Werneck (2001) em seu artigo AIDS: a vulnerabilidade das mulheres negras, as iniqüidades em saúde das mulheres negras são heranças das desigualdades postas pelas relações sociais e políticas pautadas nas discriminações de origem racial e sexista violando direitos, impossibilitando as ações de políticas publicas assim como dificultando o acesso à ascensão social e a um serviço de saúde qualidade, igualitário e que respeite a diversidade racial. 

Bibliografia:

BARBOSA, Maria Inês da Silva. É mulher, mas é negra: perfil da mortalidade do “quarto do despejo”.  Jornal da Rede Saúde. n°23, Março, 2001.

CRENSHAW, Kimberlé. “Documento para o encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao gênero”. Revista Estudos Feministas, Vol.10, N.1, p.171-188. 2002.

WERNECK, Jurema. AIDS: a vulnerabilidade das mulheres negras.Jornal da Rede Saúde. n°23, Março, 2001.

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