No último dia 6 de janeiro, o governo anunciou a conversão do Guarani em idioma oficial do Paraguai. A decisão é um reconhecimento à contribuição dos povos indígenas paraguaios na construção do país e na sua identidade cultural. A medida foi adotada em conformidade com a Lei de Línguas do Paraguai, que estabelece o Guarani e o Castelhano como idiomas oficiais do país. As demais línguas indígenas e de grupos minoritários são consideradas patrimônio cultural da nação. De acordo com informações do último censo nacional, 37% da população fala Guarani e 50% é bilíngüe (Guarani e Espanhol). A promulgação da lei coincide com as celebrações do bicentenário da independência do país e, conforme o governo paraguaio, atende a “um dos instrumentos de reivindicação culturais mais significativos das últimas décadas”. A Lei de Línguas prevê a criação da Secretaria Nacional de Políticas Linguísticas, órgão que será responsável pelo planejamento, pesquisa, documentação e promoção das línguas indígenas do país e também da Academia da Língua Guarani para a normatização da linguagem e constituição do alfabeto e da gramática do idioma. A elaboração do código recebeu a contribuição da Comissão Nacional de Bilinguismo e da sociedade civil que durante três anos discutiram propostas de lei que foram unificadas para a construção do texto final da Lei de Línguas.