A ocorrência de desastres em áreas urbanas provocados por enchentes evidencia a falta de planejamentos geográfico e urbano, comum em muitas cidades. Em Porto Velho, onde o processo histórico de ocupação se deu de forma desordenada, e que vive um novo ciclo migratório decorrente da construção de duas hidrelétricas no rio Madeira, os problemas estruturais tendem a se potencializar, caso haja perpetuação de condutas que não atendam aos requisitos geográficos para as construções.
Embora a Capital tenha registros de enchentes em proporções menores das registradas no Sudeste brasileiro, o risco de desastres ocasionados por chuva é iminente. Nos bairros localizados próximos ao rio Madeira, como é o caso do Baixa da União e Triângulo, a frequência das cheias se reflete na arquitetura das casas, que aumenta a distância entre o solo e o piso. Com o objetivo de prevenir contra novos desastres nessas áreas, a prefeitura remanejou as famílias para locais mais seguros. No entanto, pesquisadores do Laboratório de Geografia e Planejamento Ambiental da Universidade Federal de Rondônia (Unir) constatam que toda a população da cidade está sujeita aos prejuízos das fortes chuvas. Eles ainda atestam que outros fatores devem ser considerados para evitar danos.
A Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano passado, revelou que 27,4% dos municípios declararam ter sofrido inundações e/ou alagamentos em sua área urbana nos últimos cinco anos. Desses, 60,7% informaram haver ocupação urbana em áreas inundáveis naturalmente por cursos d’água; e 48,1% relataram a existência de áreas urbanas irregulares.
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