Não é a chuva que deve ir para a cadeia

“Os brasileiros estão perdendo mais uma chance de bater com força no projeto de lei número 1876/99, que o deputado Aldo Rabelo transfigurou, para enquadrar o Código Florestal nos princípios do fato consumado”, escreve Marcos Sá Corrêa, jornalista, em artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo, 14-01-2011.

Pois, segundo o jornalista, o ‘novo’ Código Florestal, “reduz à metade as áreas de preservação em margens de rio, dispensa da reserva legal propriedades pequenas ou médias e consolida os desmatamentos ilegais. Nunca foi tão fácil saber aonde ele quer chegar, folheando as fotografias aéreas das avalanches em Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo. Dá para ver nas imagens o que havia antes nos pontos mais atingidos. É o que o novo Código Florestal vai produzir no campo”. Eis o artigo.

Das surpresas do clima, quem pode falar por todos os políticos com conhecimento de causa são os faraós egípcios. Eles, como o ex-presidente Lula, agiam como enviados do céu à Terra. E, ao contrário do ex-presidente Lula, não falam desde que saíram de cena, a não ser por intermédio de escribas e hieróglifos.

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Indigenismo missionário, uma defesa pela vida. Entrevista especial com Saulo Feitosa

“Em termos políticos e ideológicos, há um indigenismo retrógrado, atrelado à perspectiva integracionista que pensa que a única maneira de os índios sobreviverem é se forem integrados à sociedade nacional. Isso significa uma negação da identidade cultural e do pluralismo étnico”. A análise é do vice-presidente do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Saulo Feitosa.

Na entrevista que concedeu por telefone à IHU On-Line, ele acentua que o governo Lula teve “um discurso progressista, mas uma prática conservadora”.

A respeito da orientação política da Fundação Nacional do Índio (FunaiI), constata que a forma como esse órgão está estruturado “é marcada por um forte componente de corrupção e autoritarismo. E isso é difícil de ser mudado”.

Ele classifica o indigenismo praticado pelo governo federal como neoliberal, interessado em “transformar as terras indígenas em espaço de produção para o capital. Tanto o governo quanto entidades que apoiam essa posição prometem o étnicodesenvolvimento, que é uma proposta neoliberal. As terras indígenas são de propriedade da União com usufruto exclusivo dos povos indígenas”.

Feitosa destaca que a evangelização do CIMI se expressa na “defesa pela vida”. E completa: “O indigenismo missionário que fazemos está na luta dos povos indígenas pela manutenção de seus territórios tradicionais, por suas identidades étnicas e pelo fortalecimento de suas crenças religiosas. Nossa relação é de diálogo inter-religioso e intercultural”.

Saulo Feitosa é graduado em Filosofia e História, com especialização em Bioética. Atualmente, ocupa o cargo de vice-presidente do CIMI. Desde 1980, vem trabalhando junto aos povos indígenas, acompanhando suas lutas pela recuperação étnica, territorial e cultural. Confira a entrevista.
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Nota do Movimento Xingu Vivo para Sempre: Caso Bayma, a antropofagia do governo federal

Abelardo Bayma, que presidiu o Ibama desde abril de 2010, deixou o órgão nesta quarta, 12, quando a sua exoneração foi publicada no Diário Oficial.

Veículos de imprensa creditaram a sua demissão à negativa de assinar a licença de instalação da hidrelétrica de Belo Monte e a uma suposta reação a pressões do Consórcio Norte Energia e do Ministro das Minas e Energia, Edson Lobão – a despeito de todas as pendências ambientais e constitucionais do projeto, e do não cumprimento das condicionantes pelo Consórcio, Lobão tem anunciado aos quatro ventos que a Ministra do Meio Ambiente, Isabela Teixeira, teria garantido a liberação das obras da usina até fevereiro.

Bayma não tem se destacado por preocupações excessivas quanto a impactos ambientais de grandes obras. Assinou sem nenhum pudor a licença da hidrelétrica de Teles Pires, no Mato Grosso – ato tão arbitrário que a juíza Hind Ghassan Kayath, da 9a. Vara da Justiça Federal, suspendeu o licenciamento por meio de liminar, por considerar que “o EIA/RIMA encontra-se completamente maculado de vícios” (a liminar foi derrubada posteriormente pelo desembargador Olindo Menezes, do TRF1, por pressão da AGU).
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O ‘Terrorismo’ da Pobreza, artigo de Marcelo Szpilman

[Ecodebate] As manchetes de hoje nos principais jornais do país, e do mundo, nos apresentam mais uma triste catástrofe. O número de mortos pelas enxurradas na Região Serrana do Rio de Janeiro não para de crescer e já passa de 360* (Friburgo com 216 vítimas, Teresópolis com 223, Petrópolis com 39 vítimas e 19 em Sumidouro).

Como ocorreu em Angra dos Reis e Niterói no ano passado, essa tragédia me fez lembrar de um artigo que escrevi em 2004 onde tratava de fatalidades e comentava uma excelente matéria de Okky de Souza, publicada na revista Veja (edição 1866 – agosto de 2004), onde ele descreve: “tragédias, causadas pelas forças da natureza ou pelo homem, acontecem em todo lugar. Na maioria das vezes, nem há como prevê-las. O incêndio paraguaio, no entanto, reforça um postulado amargo que vale para todo o planeta. As fatalidades que se abatem sobre os países menos desenvolvidos costumam produzir mais vítimas do que aquelas que ocorrem nas nações do Primeiro Mundo, pela falta de recursos para evitá-las ou pela falta de infraestrutura para minorar suas consequências ou simplesmente por aspectos culturais __ ignorância da população ou descaso das autoridades”. Para quem desconhece, o incêndio no supermercado em Assunção, capital do Paraguai, ocorrido no dia 1º de agosto de 2004, provocou 448 mortes e 200 feridos pela combinação de falta de manutenção, negligência e atitude criminosa.
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Embaixador gabonês defende democracia em África

Emile Mandoukou Ma Nziengui.

Luanda – Os líderes africanos devem adoptar uma democracia que se enquadre na mentalidade africana, por forma a evitar as disputas pelo poder, como acontece actualmente na Côte d’Ivoire, defendeu hoje (quinta-feira), em Luanda, o embaixador  gabonês em Angola, Emile Mandoukou Ma Nziengui. Em entrevista à Angop, o decano dos embaixadores africanos no país adiantou que os Estados de África devem pautar por uma democracia própria “de africanos para africanos que se inscreve nos valores antigos do continente”.

”A democracia tal como é feita na Europa e nos países do ocidente é muito boa, mas ela não se enquadra totalmente na mentalidade africana. Os líderes africanos devem compreender que o povo os escolhe para garantir o seu bem-estar e não para disputarem o poder entre si”, disse referindo-se à crise pós-eleitoral da Côte d’Ivoire.

No que diz respeito à Côte d’Ivoire, o embaixador prosseguiu que “conhecemos a posição da União Africana e da CEDEAO relativamente ao conflito que opõe o presidente cessante Laurent Gbagbo face ao seu rival Alassane Ouattara, no qual as duas organizações enviaram os seus emissários e esperamos por uma solução pacífica para a saída da crise”.

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