Embaixador gabonês defende democracia em África

Emile Mandoukou Ma Nziengui.

Luanda – Os líderes africanos devem adoptar uma democracia que se enquadre na mentalidade africana, por forma a evitar as disputas pelo poder, como acontece actualmente na Côte d’Ivoire, defendeu hoje (quinta-feira), em Luanda, o embaixador  gabonês em Angola, Emile Mandoukou Ma Nziengui. Em entrevista à Angop, o decano dos embaixadores africanos no país adiantou que os Estados de África devem pautar por uma democracia própria “de africanos para africanos que se inscreve nos valores antigos do continente”.

”A democracia tal como é feita na Europa e nos países do ocidente é muito boa, mas ela não se enquadra totalmente na mentalidade africana. Os líderes africanos devem compreender que o povo os escolhe para garantir o seu bem-estar e não para disputarem o poder entre si”, disse referindo-se à crise pós-eleitoral da Côte d’Ivoire.

No que diz respeito à Côte d’Ivoire, o embaixador prosseguiu que “conhecemos a posição da União Africana e da CEDEAO relativamente ao conflito que opõe o presidente cessante Laurent Gbagbo face ao seu rival Alassane Ouattara, no qual as duas organizações enviaram os seus emissários e esperamos por uma solução pacífica para a saída da crise”.

O embaixador apelou aos políticos ivoirienses que compreendam que as populações querem viver em paz e, por consequência, é necessário que eles facilitem a vida desta.

Nesta senda, o diplomata disse esperar que as eleições a ter lugar este ano em vários países de África possam se desenrolar pacificamente e que o diálogo prevaleça sempre na busca de soluções de eventuais crises políticas, por formas a atingir o progresso no continente.

Afirmou, por outro lado, que todas as atenções africanas estão viradas para a eminência do surgimento de um novo Estado em África, após o referendo de independência ainda em curso no Sul do Sudão.

”Os africanos esperam que os resultados da votação sejam proclamados numa situação de paz e sem violências entre as populações daquela região”, acrescentou.

Ao debruçar-se sobre a pirataria marítima na região do Golfo de Aden, Emile Mandoukou Ma Nziengui disse que é um problema que preocupa os países fronteiriços daquela zona.

Na sua opinião, é necessário que os Estados possam concertar posições no sentido de encontrarem soluções para estancar esse problema, para que não se alastre a outras fronteiras.

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