Sobradinho de volta ao Sertão: Reservatório chega ao mais baixo nível em quase 40 anos

O São Francisco, lá pra cima da Bahia
Diz que dia menos dia vai subir bem devagar
E passo a passo vai cumprindo a profecia
Do beato que dizia que o sertão ia alagar

(Trecho da música Sobradinho, de Sá e Guarabyra)

Por Edwirges Nogueira, enviada especial da Agência Brasil

Casa Nova e Remanso, Bahia – Sob a luz forte do sol quente do semiárido, Sobradinho, o maior reservatório construído ao longo do Rio São Francisco, exibe toda a sua grandiosidade. De um lado da parede da barragem, o Velho Chico com suas curvas naturais. Do outro, a água retida pela obra do homem se espalha para além do que a vista pode alcançar. (mais…)

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PF investiga superfaturamento em obras de transposição do São Francisco

Da Agência Brasil

A Polícia Federal (PF) deflagrou hoje (11) a Operação Vidas Secas – Sinhá Vitória, que investiga o superfaturamento de obras de engenharia executadas por empresas em dois dos 14 lotes da transposição do Rio São Francisco. Empresários do consórcio OAS/Galvão/Barbosa Melo/Coesa utilizaram empresas de fachada para desviar cerca de R$ 200 milhões das verbas públicas.

Os valores eram destinados à transposição do rio, no trecho que vai do agreste de Pernambuco até a Paraíba. Os contratos investigados, até o momento, são de R$ 680 milhões. (mais…)

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“Velho Chico”, cansado, já não pode ir ao mar

Retrato de um desastre ambiental brasileiro. Oceano já avança 24 quilômetros na calha do Rio São Francisco, exangue. Peixes de água doce perecem. Populações penam.

Por Júlio Ottoboni*, na Envolverde / Outras Palavras

O ‘Velho Chico’ está cansado e não tem forças para caminhar até Atlântico. As águas salobras do mar já invadiram sua calha 24 quilômetros adentro, exatos 10% do trecho final com maior oferta de turismo sustentável e que tem colocado a região como o terceiro maior fluxo turístico de Alagoas. Há três anos a situação se complicou de vez, a estiagem e o desmatamento ao longo de se seus trechos mais altos no Sudeste reduziram drasticamente a vazão do rio. (mais…)

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A perenidade do rio São Francisco cada vez mais ameaçada, entrevista com Roberto Malvezzi (Gogó)

EcoDebate*

A cada dia aumentam as evidências de que a sangria do rio São Francisco progride a passos largos. As estatísticas oficiais divulgadas pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) apontam que Sobradinho acumula apenas 3% de sua capacidade, o menor volume da sua história. O que se fala é que para tirar o rio deste estado agonizante, é preciso chover. A dependência das chuvas por si só já indica que o rio mais importante do Semiárido está perdendo sua característica perene e se igualando aos demais rios da região, que secam durante o verão.

“O rio São Francisco era um rio perene e de alguma forma ainda é um rio perene, mas cada vez mais fragilizado”, comenta Roberto Malvezzi, Gogó, colaborador da ASA e da Articulação Popular Semiárido Vivo e uma das referências para falar sobre o rio no Brasil. Na entrevista concedida à Asacom essa semana, com sua voz calma e segura, Gogó criticou severamente o modelo de desenvolvimento adotado pelo governo brasileiro, cuja “concepção não olha a realidade, não faz a equação da sustentabilidade e está realmente levando o São Francisco a um processo de destruição”. Confira! (mais…)

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Já estão secos ou intermitentes 70% dos córregos e ribeirões que alimentam o Velho Chico

Represa de Sobradinho, na Bahia, atinge pior nível da história, revelando proporção da crise que obriga Três Marias a manter altas vazões e se alastra até a nascente. 70% dos pequenos afluentes sumiram

Guilherme Paranaiba , Luiz Ribeiro – Estado de Minas

A situação alarmante da represa de Sobradinho, na Bahia, que atingiu na segunda-feira 4,96% de seu volume útil, o menor índice da história desde a inauguração, em 1979, chama a atenção para o quadro crítico da Bacia do Rio São Francisco. Em Minas Gerais, estado que fornece cerca de 72% dos recursos hídricos do Velho Chico, o drama da falta de água se espalha da nascente até a divisa com o território baiano. Importantes tributários tiveram drástica redução de volume e estima-se que, dos afluentes de menor porte, a maior parte esteja completamente seca ou intermitente, espalhando paisagens desoladoras por todo o estado. Ainda há o temor de que o reservatório de Três Marias, o maior em terras mineiras, atinja nível crítico, diante da grande diferença entre o volume que entra e o que vem saindo do lago. (mais…)

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Afluentes do Rio São Francisco secam pela primeira vez

Situação do Rio Jequitaí, que deixou de correr pela primeira vez na história, é o ponto alto da estiagem, agravada pela superexploração, que avança sobre tributários do São Francisco

Valquiria Lopes, Estado de Minas

Como feridas abertas no mapa de Minas, a seca avança por importantes bacias hidrográficas do estado. Assolados pela estiagem, afluentes da Bacia do São Francisco, no Norte do estado, estão vendo suas águas sumirem devido a longos períodos sem chuva, mas também por intensa exploração humana, representada por captações irregulares para irrigação, perfuração descontrolada de poços artesianos, que sugam o lençol freático, e avanço do desmatamento. Em um dos mais preocupantes episódios desse quadro desolador, foi o Rio Jequitaí que se rendeu. O manancial teve o curso interrompido pela primeira vez na história, no trecho próximo ao povoado de Buriti Grande, município de Francisco Dumont. Assim como ele, muitos rios já não conseguem correr pelas terras áridas do Norte de Minas. É o caso do Pacuí, que faz parte da mesma bacia do Jequitaí e está interrompido desde a nascente até o município de Pentáurea. (mais…)

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Gritos do São Francisco

Irpaa

“Gritos” é um curta-documentário que pretende “incomodar” o olhar e despertar a opinião das pessoas acerca da situação atual da Bacia do São Francisco e a perspectiva para um futuro próximo. As imagens, conduzidas pela trilha sonora, mostram diversos fatores e consequências que vem contribuindo para um futuro bastante incerto, assim como reafirmam a urgência de ações políticas em favor do São Francisco vivo. (mais…)

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Professora, nunca vi um surubim, por Roberto Malvezzi (Gogó)

CPT – Dia 4 de outubro, próximo domingo, é o dia de e do São Francisco. Em artigo, Roberto Malvezzi, a partir de uma afirmação de um estudante, destaca: “Se um morador da beira do São Francisco, ainda jovem, nunca viu um surubim, é porque nosso rio não tem mais seus peixes nativos”. Confira o artigo:

Por Roberto Malvezzi (Gogó)

– Para 4 de outubro, dia de e do São Francisco –

Depois de tantos anos assistindo a olho nu a decadência do rio São Francisco, foi chocante ouvir essa frase.

A declaração foi feita por um aluno a uma professora de um colégio particular de Petrolina. Ela também é professora numa escola pública de Juazeiro e, durante um debate sobre rio, citou a expressão para os alunos presentes ao debate. (mais…)

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População sofre com falta d’água até à beira do Rio São Francisco

Luiz Ribeiro, Estado de Minas

Moradores sofrendo com escassez de água à beira do maior rio que corre inteiramente em território nacional. Essa é a situação enfrentada por habitantes de São Francisco, no Norte de Minas, onde centenas de pessoas da zona rural vivem às margens do rio de mesmo nome, mas sofrem os efeitos da estiagem prolongada e precisam ser abastecidas por caminhões-pipa. “A situação do nosso município diante dos prejuízos da seca é calamitosa”, diz o prefeito Luiz Rocha Neto (PMDB). “O maior problema é que a água do Rio São Francisco, se não receber tratamento, não serve para o consumo humano, pois é muito poluída. Quem bebe dela sofre diarreia, problemas de pele e outras doenças”, explica. (mais…)

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