Cuba encara seu maior desafio

Em três anos, Raul Castro deixará o poder. Qual o futuro da ilha, em meio a promessa de mudança constitucional, reformas econômicas e reatamento com EUA? 

Reportagem de Janette Habel, do Le Monde Diplomatique | Tradução:Inês Castilho ! Imagem: Levi Maaia – Outras Palavras

Em 2018 Raul Castro, que terá 87 anos, não vai assumir novo mandato presidencial. Em três anos, portanto, a geração de Sierra Maestra terá deixado o poder. Três anos é pouco para reformar a economia, adotar uma nova Constituição e dirigir a normalização das relações com Washington, apresentada no encontro dos presidentes de Cuba e dos EUA na Cúpula das Américas, em abril. O regime sobreviverá ao desaparecimento de sua direção histórica? (mais…)

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Quando a periferia será o lugar certo, na hora certa?, por Eliane Brum

A maior chacina de 2015, em São Paulo, mostra que as palavras começam a matar antes da morte e seguem assassinando os vivos depois

Em El País

As fotos do 13 de agosto mostram mulheres lavando o sangue dos mortos com rodo, como nos filmes B de terror. Se o rio vermelho escorre pelos degraus, as palavras ecoam para além da extensa fila de cadáveres. Elas matam lentamente, como balas em câmera lenta, que perfuram os corpos, se espatifam por dentro e vão corroendo os órgãos. Dia após dia, dia após dia, dia após dia. Mata-se e morre-se também na linguagem. As palavras silenciam os mortos para além da morte. E calam os vivos, mesmo quando eles pensam gritar. (mais…)

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A perspectiva do feminismo negro sobre violências históricas e simbólicas

Por Djamila Ribeiro, no Blog da Boitempo

Este artigo foi escrito como texto-base para participação no debate de lançamento do livro Bala perdida: a violência policial no Brasil e os desafios para sua superação, em 29 de julho de 2015: “Violência policial: causas, efeitos e soluções”. 

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É fundamental explicitar as grandes distâncias que ainda separam homens e mulheres e negros e brancos no Brasil. O retrato das desigualdades no Brasil mostra como racismo e sexismo são elementos estruturantes que mantém as violências históricas contra a população negra. (mais…)

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Por quem rosna o Brasil, por Eliane Brum

Diante da ruína da autoimagem no espelho, o país parece preferir máscaras autoritárias a enfrentar a brutalidade da sua nudez

Por Eliane Brum, El País Brasil

O que é o Brasil, agora que não pode contar nem com os clichês? Como uma pessoa, que no território de turbulências que é uma vida vai construindo sentidos e ilusões sobre si mesma, um país também se sustenta a partir de imaginários sobre uma identidade nacional. Por aqui acreditamos por gerações que éramos o país do futebol e do samba, e que os brasileiros eram um povo cordial. Clichês, assim como imaginários, não são verdades, mas construções. Impõem-se como resultado de conflitos, hegemonias e apagamentos. E parece que estes, que por tanto tempo alimentaram essa ideia dos brasileiros sobre si mesmos e sobre o Brasil, desmancharam-se. O Brasil hoje é uma criatura que não se reconhece no espelho de sua imagem simbólica. (mais…)

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Resolução inclui estatísticas raciais no sistema de emprego brasileiro

Regulamentação auxilia na formulação de políticas públicas para combater desigualdade social

SEPPIR

O Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), publicou nesta semana a resolução 746, que estabelece o preenchimento obrigatório do campo cor ou raça em todas as contratações feitas por programas que foram financiados pelo fundo. (mais…)

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Seppir e ONU Mulheres planejam ações voltadas às mulheres negras

A ministra da Igualdade Racial, Nilma Lino Gomes, recebeu representantes do órgão internacional nesta segunda-feira (22)

SEPPIR

Ações voltadas para o público feminino, especificamente as negras, além de parcerias desenvolvidas pelos órgãos. Essa foi a pauta de reunião realizada nesta segunda-feira (22), entre a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Nilma Lino Gomes, e integrantes da ONU Mulheres (Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e Empoderamento das Mulheres). (mais…)

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“Mãe, onde dormem as pessoas marrons?”, por Eliane Brum [imperdível!]

A pergunta de criança denuncia a vida entre muros do condomínio chamado Brasil

Eliane Brum em El País

Uma amiga me conta, na volta de uma viagem a Paris com a família. “Só quando estava lá é que percebi que minha filha estava, literalmente, andando na rua pela primeira vez”. A menina tem quatro anos. Classe média. Mora em São Paulo, num condomínio fechado. Do condomínio, vai de carro para a escola privada. Da escola privada volta para casa. No fim de semana, fica dentro do seu condomínio ou vai para outros condomínios, de casas ou prédios, cercados por muros ou grades, com guaritas e porteiros. Ou vai a shoppings, onde chega pelo estacionamento, de onde sai pelo estacionamento. Desloca-se apenas de carro, bem presa na cadeirinha, protegida atrás de janelas fechadas, vidros escurecidos com insulfilm. De muro em muro, a criança passou os primeiros quatro anos de vida sem pisar na rua, a não ser por breves e arriscados instantes. E apenas quando a rua não pôde ser evitada. E apenas como percurso rápido, temeroso, entre um muro e outro. (mais…)

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Quem for mesmo juiz/a não pode aceitar essa imoralidade

“Que diminuam e não aumentem uma das mais injustas e maiores desigualdades sociais existentes no mundo. Que se preocupem mais com pessoas com fome e sem teto e não com pessoas cujos salários já sejam mais do que suficientes para cobrir suas despesas próprias e as de suas famílias ‘do nascimento ao velório'”, escreve Jacques Távora Alfonsin, procurador aposentado do estado do Rio Grande do Sul e membro da ONG Acesso, Cidadania e Direitos Humanos. Eis o artigo

IHU On-Line

Alguns dados sobre o anteprojeto da nova Loman (Lei Orgânica da Magistratura) estão sendo divulgados com bastante repercussão, provocando reações críticas relacionadas com o surpreendente número de vantagens autoatribuidas pelo Poder Judiciário ao seu trabalho. (mais…)

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