Para quem não está acompanhando a questão: os povos indígenas da região de Tipnis fizeram uma marcha até La Paz, há poucos meses, contra a construção de uma rodovia, que teria apoio do BNDES e dividiria o Território onde moram. Com muito sacrifício – esse sim verdadeiro, ao contrário do piegas relato sublinhado abaixo -, chegaram à cidade e conseguiram levar Evo Morales a brecar a estrada, que abriria caminho para o “progresso e o desenvolvimento”, inclusive da indústria do petróleo. A atual marcha, ao contrário, conta com o apoio inclusive de “comerciantes” da região, que defendem a anulação da lei e a construção da rodovia. Fora isso, é claro que as palavra entre colchetes no título são nossas. TP.
La Paz, 30 jan (Prensa Latina) A marcha que reclama a construção de uma estrada no Território Indígena e Parque Nacional Isiboro Sécure (Tipnis) entrará hoje aqui com a intenção de solicitar ao Executivo a anulação da Lei Curta 180.
Após 39 dias de caminhada, os que participam da marcha do Conselho Indígena do Sul (Conisur) chegarão à Praça Murillo, em frente ao Palácio de Governo, para exigir a supressão da referida disposição, que impede a construção de uma via através do Tipnis.
Os quatro mil 500 indígenas acamparam no sábado anterior nas cercanias da cidade de Alto, depois de intensas jornadas repletas de frio, chuva e os efeitos da altitude. Entre os caminhantes estão mulheres, algumas delas grávidas, e crianças, para os quais o trajeto desde Isinuta, no trópico de Cochabamba, até La Paz foi quase uma Odiseia (sic).
Apesar da chuva e o frio que açoita à localidade de Senkata, onde estão acampados desde sábado, o líder indígena Fortunato Guzmán advertiu que ingressarão nesta segunda-feira a La Paz de qualquer maneira.
Os 32 quilômetros que restam desde Senkata a La Paz os percorreremos, ainda que esteja frio ou chuva e apesar do delicado estado de saúde de muitos de nós, enfatizou Guzmán ontem.
Reiterou que os indígenas estão dispostos a se assentar em barracas na praça Murillo para exigir a derrogação da Lei Curta, conseguida por nativos das terras baixas, que, liderados pela Confederação de Povos Indígenas do Oriente Boliviano (Cidob), conseguiram sua aprovação em outubro de 2011.
“Nossa marcha é legítima e está integrada pelos três povos que vivem no Tipnis, pelo que ficaremos até que o Governo emita uma resposta positiva a nosso pedido, que busca melhorar nossa vida com a construção da estrada”, afirmou Guzmán.
As petições dos que participam da marcha serão apresentadas ao órgão legislativo para que entre em debate a anulação da Lei Curta, e ao Executivo com a intenção de que implemente um plano de desenvolvimento integral que contemple a atenção em saúde, educação e serviços básicos.
“Queremos que as autoridades do Governo se reúnam não só com os dirigentes, senão com todos a marcha para que nossos irmãos sejam testemunhas da explicação sobre o por que se aprovou a Lei Curta, que prejudica nosso desenvolvimento”, fundamentou.
A marcha do Conisur está integrada por representantes dos povos yuracaré, mojeño e trinitario.
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Fiquei impressionada. Mas a luta na construção do Bem Viver não é brincadeira. È se opor a grandes interesse, a muito dinheiro e se funda na cegueira do “progresso”. Não pensam no futuro quando a droga, a prostituição e outras mazelas chegarão até suas aldeias e lares. Imagino os que foram preparar esta marcha! Espero que o Pres. Evo não ceda.
O Bem VIVER é uma a sementinha e precisamos cuidar dela por toda parte.
Minha solidariedade aos povos que compoem o SIDOB