O apelo “Mudemos a Europa – Juntos!” defende o direito do povo grego a romper com a austeridade e está aberto à subscrição pública.
Este apelo lançado esta semana em várias línguas (versão em português abaixo) conta com várias figuras do meio político e cultural internacional na lista dos promotores. Entre as primeiras assinaturas estão as de Judith Butler, Giorgio Agamben, Tariq Ali, Noam Chomsky, Uri Avnery, Nacho Alvarez, Susan George, David Harvey, Ken Loach, Michael Lowy, Eric Toussaint, Enzo Traverso, Immanuel Wallerstein, Jean Zigler e Slavoj Zizek.
“Solidarizamo-nos com o povo Grego porque a sua luta é a nossa também”, dizem os promotores, entre os quais estão os portugueses Alfredo Barroso, Chullage, Clara Moura Lourenço, Cristina Semblano, Eugénia Pires, Francisco Louçã, José Luís Peixoto, Nuno Moniz, Pilar del Rio, Sérgio Godinho e Sérgio Lopes.
“Em toda a Europa, defenderemos o direito do povo grego de tomar as suas decisões livremente; de romper com a austeridade; de dizer ‘não’ à crise humanitária que atormenta o país; de construir um caminho próprio para uma mudança democrática e social e para uma nova perspectiva para a Grécia”, defende este apelo contra a chantagem de Berlim e Bruxelas. “Quem exerce essa pressão perpetua estruturas de poder justamente criticadas e a atual ‘terapia de choque'”, acrescenta o texto.
Os promotores lembram ainda que “se o Syriza ganhar, o futuro governo grego necessitará dum apoio massivo por parte dos povos europeus para fazer face às pressões dos mercados financeiros e das forças políticas que receiam qualquer renúncia ao quadro obsoleto da globalização capitalista”.
Solidariedade com o povo Grego: Mudemos a Europa – Juntos!
Uma vitória do Syriza nas próximas eleições gregas é um assunto da maior importância para quem quer mudar a Europa e o seu rumo. Essa vitória seria uma expressão da necessidade de dignidade e justiça. As ameaças e a pressão por parte dos líderes da UE, da Troika e dos círculos financeiros para influenciar o movimento social e as escolhas do eleitorado grego são inaceitáveis.
Em toda a Europa, defenderemos o direito do povo grego de tomar as suas decisões livremente; de romper com a austeridade; de dizer ‘não’ à crise humanitária que atormenta o país; de construir um caminho próprio para uma mudança democrática e social e para uma nova perspectiva para a Grécia.
Enquanto a maioria das forças políticas na Grécia escolheu curvar-se perante a Troika, o Syriza e Alexis Tsipras – tendo decidido o contrário – conseguiu criar, em estreita cooperação com vários movimentos sociais, uma coligação alargada; uma dinâmica que poderá garantir uma maioria. A sua proposta é enfrentar de imediato a crise humanitária, restaurar os acordos colectivos e a legislação do trabalho, criar um sistema fiscal justo e democratizar o sistema político. Um futuro governo do Syriza quer fazer da Grécia um actor credível e ter como precondição de qualquer negociação a sobrevivência do país e do seu povo.
O Syriza quer um novo rumo, um país livre de corrupção e clientelismo, optando por um novo tipo de desenvolvimento em benefício da maioria da sua população. Proporá uma Conferência Europeia da Dívida no sentido de cancelar uma parte da sua dívida e definir, para a restante, modalidades de pagamento que facilitem a recuperação económica através de um programa de investimento público (que não seria incluído no Pacto de Estabilidade e Crescimento). Ao nível europeu, este Governo irá propôr um “Novo Acordo Europeu” para o desenvolvimento humano e de transição ambiental. Precisamos de romper com a ideia que está a destruir o colectivo europeu e a permitir uma perigosa influência do populismo nacionalista e de extrema-direita. Precisamos dum novo projecto de desenvolvimento inclusivo, cooperação, democracia.
Por toda a Europa, acreditamos que a mudança na Grécia não irá afetar apenas o futuro do povo grego. Uma vitória do Syriza permitiria à Grécia sair da presente situação de catástrofe, mas representaria também um início de mudança na Europa. Romper com as políticas de austeridade das instituições europeias seria um sinal, uma fonte de esperança para quem quer dignidade. Ao mesmo tempo, se o Syriza ganhar, o futuro governo grego necessitará dum apoio massivo por parte dos povos europeus para fazer face às pressões dos mercados financeiros e das forças políticas que receiam qualquer renúncia ao quadro obsoleto da globalização capitalista.
Ativistas políticos, sociais, sindicais, comunitários; intelectuais, investigadores, artistas, mulheres e homens da cultura: nós não aceitamos as forças de pressão que procuram impedir o povo grego de exercer a sua escolha livre. Quem exerce essa pressão perpetua estruturas de poder justamente criticadas e a atual ‘terapia de choque’.
Por toda a Europa, assumiremos as nossas responsabilidades: apoiar quem luta, mudar a relação de forças, fazer a batalha de ideias e unir os que querem construir – ao lado do povo grego – uma Europa social, ambiental e democrática.
Solidarizamo-nos com o povo Grego porque a sua luta é a nossa também.
PROMOTORES PORTUGUESES:
Alfredo Barroso, Chullage, Clara Moura Lourenço, Cristina Semblano, Eugénia Pires, Francisco Louçã, José Luís Peixoto, Nuno Moniz, Pilar del Rio, Sérgio Godinho, Sérgio Lopes
ALGUNS PROMOTORES INTERNACIONAIS:
Judith Butler, Ethiène Balibar, Giorgio Agamben, Tariq Ali, Eric Toussaint, Noam Chomsky, Uri Avnery, Nacho Alvarez, Teresa Forcades, Jacques Genereaux, Susan George, David Harvey, Pierre Khalfa, Ken Loach, Michael Lowy, Enzo Traverso, Immanuel Wallerstein, Jean Zigler, Slavoj Zizek
LISTA TOTAL DE PROMOTORES INTERNACIONAIS
Desmascarando o que dizem os liberais, o capital interfere no Estado, para que este não interfira no Capital. Syriza é a prova viva! A Europa é testemunha!