Recursos serão usados em parte para fortalecer e ampliar os Núcleos de Estudos Afro-brasileiros
Nos próximos quatro anos, R$ 4 milhões serão destinados a ações para promover a igualdade racial no País por meio do fortalecimento dos Núcleos de Estudos Afro-brasileiros em atividades em universidades e institutos federais.
Os recursos são provenientes de uma acordo assinado nesta quarta-feira (16) entre o Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, o Ministério das Relações Exteriores e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).
Parte dos recursos serão usados para montar cursos, ajudar na formação de gestores e para a realização de seminários e consultorias em áreas que possa fomentar ações de promoção da igualdade racial.
“São projetos de pequeno porte, mas que são muito importantes para o funcionamento do sistema e da política de promoção da igualdade racial nos Estados e municípios”, afirmou a ministra Nilma Lino.
Os valores também serão empregados para estimular o funcionamento de novos Núcleos de Estudos Afro-brasileiros em instituições educacionais de ensino.
“Esses núcleos são muito importantes não só na realização de pesquisas como também na interlocução com movimentos sociais.”
A iniciativa com o Pnud marca o primeiro acordo de cooperação firmado pelo Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, criado neste ano.
Compromisso internacional
O diretor-geral da Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores, embaixador João Almino, destacou o fato de o Brasil ter compromisso internacional de combate à discriminação racial e de ser um País que estimula iniciativas nesse sentido.
“Somos signatários de todos os acordos e convenções internacionais nesse campo. E fomos o País promotor de grande parte dessas iniciativas”, disse. “Agora chegou o momento de fortalecer esse sistema (Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial) e de criar sinergias entre o governo federal, Estados e municípios e universidades. E é isso que esse projeto conseguirá realizar.”
Criado em 2010, o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir) busca colocar em prática políticas destinadas a superar desigualdades raciais e assegurar à população negra igualdade de oportunidades.
O coordenador da Organização para as Nações Unidas (ONU) no Brasil e representante do Pnud, Niky Fabiancic, afirmou, por sua vez, que vê no Brasil “uma mobilização grande do movimento negro”.
Citando que 50,7% da população brasileira se auto reconhece como negra, Fabiancic comentou que as Nações Unidas acompanham e apoiam os avanços do Brasil na promoção desenvolvimento e dos direitos humanos.
“Apesar dos diversos avanços nas áreas econômicas e social, a população afrodescendente continua sendo desproporcionalmente mais atingida pela pobreza e a adoção de ações afirmativas tem contribuído para reparar desigualdades e injustiças históricas”, disse o representante da ONU e do Pnud ao justificar a importância do acordo.
*Fonte: Portal Brasil