* para Combate Racismo Ambiental
Sofia repara a foto do povoado de Bento Rodrigues, o ‘antes’ e o ‘depois’, pensa no futuro e sente um calafrio. Procura um canto pra sentar-se. Num segundo, toda ela se concentra naquela imagem, apesar do caos ao seu redor. É desolador! Antes as casas, as ruas, as edificações comunitárias, equipamentos de políticas públicas, muitas árvores e, principalmente, pessoas. Agora aquela cratera enorme, imensa, avermelhada, de sangue sugado e explorado, rastro da destruição provocada pelo rompimento das barragens de Fundão e Santarém, da Vale e BHP Billing (australiana), as duas primeiras gigantes do setor minerário no mundo todo, provocando o maior desastre ambiental da história de Minas Gerais. O helicóptero da mídia chega antes dos helicópteros de socorro às vítimas. E sessenta e dois milhões de m³ de rejeito contaminado, o equivalente a mais de seis milhões de caminhões de dez toneladas cada, são despejados sobre o povo e o ambiente. Germano, barragem das mesmas empresas, logo acima, tem o dobro do volume vasado. E centenas de outras barragens de rejeito, em Minas Gerais, não dispõem de sistema confiável de monitoramento e fiscalização. São verdadeiras bombas-relógio, que podem explodir a qualquer momento. (mais…)
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