Nesta quarta-feira (25), foi condenado a sete anos de prisão, em regime semi-aberto, Carlos Alberto Araújo da Silva, acusado de matar a golpes de faca o líder quilombola do Marajó Teodoro Lalor, assinado na capital paraense em 2013, em Belém.
Na época, o crime teve ampla repercussão, já que a vítima lutava pela titulação dos quilombos na região de Cachoeira do Arari, no Marajó, e fizera denúncias ao Ministério Público Federal (MPF), nos últimos anos, sobre supostas ameaças contra quilombolas na região.
Segundo a polícia, a vítima foi assassinada quando participava de um encontro em defesa dos povos quilombolas em Belém. As investigações da polícia concluíram que o crime teria sido passional, pois tanto vítima quanto o acusado mantinham um relacionamento com a mesma mulher. O acusado foi preso em janeiro de 2014 e após prestar depoimento, foi transferido para o Centro de Triagem Metropolitano 2, no Complexo Penitenciário de Santa Isabel do Pará.
O crime
Teodoro Lima, 55 anos, foi morto na madrugada de 19 de agosto de 2013, com golpes de faca no peito, em Belém. No dia seguinte ao crime, a equipe da Divisão de Homicídios localizou a mulher que mantinha um relacionamento amoroso com a vítima, o que, para a polícia, reforçou a tese de que Teodoro foi morto pelo suspeito por causa de ciúmes. Antônia dos Santos relatou que Teodoro, sempre que vinha a Belém, da ilha do Marajó, ia à sua procura no bairro da Cabanagem, pois a filha dele morava perto da casa de Antônia.
A mulher contou ainda que conheceu o suspeito em maio de 2013, e que terminou o envolvimento amoroso com ele em julho. Segundo Antônia dos Santos, o fim do relacionamento ocorreu após a mulher descobrir que o então companheiro era usuário de drogas e que trabalhava para traficantes do bairro. De acordo a mulher, o suspeito não queria aceitar a separação e até teria lhe jurado de morte.
Teodoro teria pedido para dormir na casa dela, e eles foram surpreendidos pelo suspeito. Carlos Alberto teria agredido Teodoro a socos, enquanto Antônia gritava na rua para chamar a polícia. O suspeito agrediu a mulher com um soco no rosto, fazendo-a desmaiar em frente da casa. A mulher contou que só acordou, por volta de 4 horas da manhã, quando policiais bateram à porta de sua casa. Segundo as testemunhas, a vítima recebeu um golpe e ainda tentou correr, mas logo caiu morto.
Foto reproduzida do site Terra e Poesia.