Na foto em destaque, Centro de Brasileia (AC) inundado pelas águas do Rio Acre, tendo ao fundo, à esquerda, a boliviana Cobija, capital do departamento de Pando. Às 6 horas desta terça-feira (24), o nível do Rio Acre atingiu 15,34m de profundidade, ultrapassando a marca histórica de 14,72m, registrada em 2012. A cidade está sem energia elétrica e telecomunicação. A região do Vale do Acre é a mais impactada ambientalmente no Estado, desde o final dos anos 1960, por desmatamentos para instalação de fazendas.
De Boca do Acre, na divisa com o Amazonas, até suas nascentes em território peruano, este é o cenário do Rio Acre. Dele e de outros mananciais do Estado. Quem duvidar, confira as imagens do Google Maps. Ninguém é punido pela ação criminosa. Mas o que se vê a cada ano é muito proselitismo político em cima das vítimas dos alagamentos nas cidades acreanas. O nome de Chico Mendes serve apenas para abafar a barbárie.
O que deveria ser feito é investigação para identificar e mandar para a cadeia quem faz isso com as florestas do Acre, incluindo a mata ciliar de rios e igarapés. O resto é proselitismo político.
Todos nós já observamos o impacto da chuva numa pequena área apenas de terra ou, também, sobre alguma pequena área de terra gramada. Agora imaginem o impacto da chuva sobre uma área de milhares de hectares de floresta ou, ainda, sobre milhares de hectares de solo apenas coberto por pastagem. Usar o Google Maps para sobrevoar os desmatamentos das margens dos rios do Acre talvez nos ajude a compreender um pouco o desastre ambiental que afeta as populações das cidades ribeirinhas. A região conhecida como Vale do Acre, onde está a cidade de Brasileia praticamente toda inundada, é a mais devastada do Estado.
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Fonte: Altino Machado, em seu blog.