Em Só Notícias
Uma das lideranças indígenas das tribos Terena e Maben-Grokre, Bemoro Metuktire, informou, esta manhã, ao Só Notícias, que a BR-163, no trecho entre Nova Santa Helena e Itaúba (cerca de 95 quilômetros de Sinop), foi desbloqueada e que ficaria liberada até o meio-dia, sendo retomada a interdição à tarde. “Ainda aguardamos resposta de Brasília sobre a exoneração da coordenadora de saúde indígena”, disse. Porém, eles mudaram planos e trancaram a rodovia, há poucos instantes, sem previsão de liberá-la.
Questionado sobre os motivos da cobrança, Metuktire afirmou que a coordenadora do Sesai tem sido “autoritária” com os indígenas. “Ela não desenvolve o trabalho dela e não cumpre as normas da lei. Ela simplesmente faz o que quer, como demitir funcionários antigos que tinham bons conhecimentos. Ela também quer municipalizar a saúde indígena. A gente vai continuar na estrada até Brasília dar uma resposta”, ressaltou.
Conforme Só Notícias já informou, as negociações continuam e, até o momento, não houve avanço na pauta de reivindicações. Já a PRF continua mantendo a cautela e pedindo para que os motoristas evitem passar pela região. A assessoria informou que foi realizada uma consulta ao Ministério Público Federal sobre medidas a serem tomadas e foram informados para manter o diálogo e sem uso da força.
Em conversa por telefone, o cacique Sirenio, líder do movimento, reforçou o pedido de exoneração da coordenadora do Sesai. Como não há evolução nas conversações, foi pedido intervenção da Funai nacional e Ministério da Justiça, mas até agora nada mudou.
Ontem, os indígenas liberaram a rodovia entre 10h e 14h, mas bloqueram novamente durante a tarde e à noite. Eles mantiveram o bloqueio também durante esta madrugada e não permitiram a passagem de carretas, caminhões e veículos. Somente ambulâncias passaram.
A Funai está analisando as reivindicações e procurando atendê-las para que o grupo libere a rodovia. Eles também reclamam obras de saneamento e postos de saúde inacabados, falta de remédios e profissionais, diminuição no número de viaturas, falta de infraestrutura nas bases de atendimento, ausência de combustíveis para carro, barco e avião, além de motores geradores e placas solares que utilizam para obter energia e conservar medicamentos e carência de horas de voo para urgências.
A pista foi bloqueada na sexta-feira (30), por 60 indígenas que colocaram pedaços de madeira e pneus e atearam fogo. A PRF indica como rota alternativa algumas rodovias estaduais de acesso aos municípios de Santa Helena, Marcelândia, Cláudia e chegando na BR-163. O número para informações sobre o bloqueio é o 191.