Altino Machado
O secretário Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde (MS), Antônio Alves de Souza, viajou nesta segunda-feira (23) para aldeias indígenas no município de Santa Rosa do Purus (AC), onde 12 crianças já morreram desde o dia 15 de dezembro do ano passado com sintomas de diarreia, desidratação e febre.
O MS já contabilizou cerca de 186 casos notificados por Doença Diarreica Aguda (DDA), mas até o momento não foi confirmado caso ou óbito por rotavírus nas comunidades indígenas da região. Souza interrompeu suas férias para assumir o comando das ações emergenciais que estão sendo traçadas para conter um possível surto de DDA.
Centenas de indígenas de várias etnias acamparam durante cinco meses, entre 2010 e 2011, na porta da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), em Rio Branco, denunciando desvio de verbas e exigindo melhorias na assistência à saúde indígena prestada pelos governos federal e estadual no Acre.
– Entregamos para as autoridades um documento com as reivindicações. Uma delas envolvia a parte de saneamento básico. Pedimos prevenção, muito mais que obras. Estipulamos prazos, mas até agora sequer recebemos um retorno – disse Francisco Ninawá Huni Kuin, um dos líderes do protesto.
Três equipes estão nas aldeias realizando investigações epidemiológicas e sanitárias, fazendo orientações preventivas e prestando ações assistenciais às populações indígenas da região acometida pela DDA.
O secretário Especial de Saúde Indígena disse que o “plano estratégico emergencial” poderá ser efetivado como ações permanentes na região. Todo o esforço neste momento, segundo Souza, deve ser concentrado para que se evitem mais mortes pelo mesmo diagnóstico, que até o momento já somam 12 entre crianças com menos de dois anos de idade.
Na semana passada, uma equipe enviada pelo Ministério da Saúde desembarcou no Acre para dar início às investigações dos óbitos e de todos os casos notificados pela Secretaria de Saúde de Santa Rosa do Purus.
A equipe, composta de sete profissionais, somou-se aos técnicos do Distrito Sanitário Especial Indígena do Alto Purus (DSEI), que já trabalham em campo, num total de seis profissionais, e mais dois técnicos da Secretaria de Saúde do Acre, compondo no total 15 profissionais.
A lista de insumos emergenciais inclui também a distribuição de hipoclorito às mães para o tratamento da água, suplemento alimentar para combater os casos de desnutrição infantil nas aldeias, aquisição de cestas básicas de alimentação e administração de vitamina “A” para crianças.
http://blogdaamazonia.blog.terra.com.br/2012/01/23/doze-criancas-indigenas-morrem-no-acre-com-sintomas-de-diarreia-desidratacao-e-febre/