A empresa alemã ThyssenKrupp está considerando vender a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), localizada na Zona Oeste da cidade no Rio de Janeiro. A Vale, que já detém 27% de participação no empreendimento, foi apontada como possível compradora.
A informação foi divulgada ontem pela revista alemã Manager, um dia antes do Encontro Anual dos Acionistas da ThyssenKrupp, na Alemanha, que ocorre hoje (20). Além de ser questionada sobre o empreendimento no Brasil, a empresa também responderá sobre sua usina no Alabama, Estados Unidos.
A ThyssenKrupp anunciou no começo de dezembro uma depreciação de 2,1 bilhões de euros por conta dos empreendimentos nas Américas. A maior parte deste prejuízo, que em reais chega a 5 bilhões, é decorrente da CSA, que fica no bairro carioca Santa Cruz.
Desde o início das instalações no Brasil, em 2006, a CSA é acusada de crimes ambientais e por desrespeito aos direitos humanos. As denúncias de moradores e pescadores da região foram reforçadas por um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que avaliou impactos sociais, ambientais e na saúde.
A CSA chegou a ajuizar ações judicais contra pesquisadores, alegando danos morais. Nesta semana, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) informou que a petição de desistência, assinada no último dia 12, cancelou os processos contra Hermano Castro e Alexandre Pessoa Dias, da Fiocruz, e Mônica Lima, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).
Em entrevista ao Sindicato dos Engenheiros do Rio de Janeiro (Senge- RJ), Mônica afirmou que a retirada dos processos pela CSA é “fruto de mobilização popular”, que deu visibilidade nacional e internacional às causas. Para ela, é preciso fortalecer as manifestações para que tenham fim “a degradação ambiental e os prejuízos à população” do entorno da siderúrgica.
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