Respeito às diferenças é o tema da campanha publicitária lançada este sábado (14/01), em Salvador, com o objetivo de promover o respeito à diversidade religiosa. Uma iniciativa da Ouvidoria da Câmara Municipal, em parceria com o Centro de Educação e Cultura Popular (Cecup), Unegro, Governo do Estado, Fundação Cultural Palmares, Ministério Público Estadual (MP-BA), Ministério Público Federal (MPF-BA), e Federação Nacional do Culto Afro-Brasileiro (Fenacab).
A campanha, parte do projeto “Unidos Contra a Intolerância Religiosa” divulgará através de outdoors e de chamadas em emissoras de rádio, durante toda a segunda quinzena deste mês, mensagens de figuras importantes da religiosidade baiana.
Na avaliação da ouvidora-geral da Câmara, vereadora Olívia Santana (PCdoB), uma das responsáveis pelo projeto, a campanha cumpre um papel importante na ampliação do debate sobre o tema.
“Se o objetivo principal do projeto é provocar a reflexão acerca deste tema. Entendemos que a veiculação de uma campanha com esta amplitude, expande o alcance do nosso objetivo. A ideia de criarmos um dia municipal e depois nacional de combate à intolerância religiosa é parte deste empenho em fazer com que cada vez mais pessoas reflitam sobre esta questão”, explicou a vereadora.
Celebração e reflexão
Olívia acrescenta que a campanha serve também “para divulgar o grande ato” que será realizado no Salão Nobre da Reitoria da Universidade Federal da Bahia (UFBA), no sábado (21/01), a partir das 9h, para celebrar a passagem do Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa.
Na oportunidade, representantes de diversas matrizes religiosas se confraternizarão num momento de celebração e reflexão sobre o tema. Olívia Santana é autora do Projeto de Lei que instituiu o 21 de janeiro, como Dia Municipal de Combate à Intolerância Religiosa, na forma da Lei 6.464/04. A iniciativa serviu de inspiração para a Lei 11.635/07, de autoria do deputado federal Daniel Almeida (PCdoB-BA) e sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, instituindo a data como o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, e incluindo-a no Calendário Cívico da União para efeitos de comemoração oficial.
O dia 21 de janeiro marca a passagem da morte da yalorixá Gildásia dos Santos, conhecida como Mãe Gilda. A líder religiosa passou por uma série de complicações após ter sido atacada pelo jornal Folha Universal, da Igreja Universal do Reino de Deus, no ano de 1999, vindo a falecer no ano seguinte. Na matéria, a yalorixá foi tratada como “charlatã” e “macumbeira”. Após o ocorrido, a família da vítima encampou uma luta jurídica em busca de punição para os culpados, obtendo êxitos e enfrentando alguns revezes, como a redução do valor inicialmente fixado para a indenização. O caso se tornou um emblema da luta contra a intolerância religiosa.
A vereadora falou sobre a sua expectativa com a execução do projeto. “O resultado que esperamos é a ampliação do diálogo e do entendimento interreligioso. É mais um passo na busca pela superação da intolerância e pela promoção do respeito à diversidade religiosa. Trabalhamos para que relações respeitosas e harmoniosas sejam estabelecidas entre as religiões, e que reafirmemos a cada dia a laicidade do Estado brasileiro”, assinalou Olívia.