Quinta-feira, dia 19, completaremos 30 anos sem Elis. Poderíamos dizer simplesmente que devemos isso à mistura álcool e cocaína. Poderíamos atribuir à intensidade com que ela vivia, explicitada nas interpretações que dava a músicas que jamais foram ou serão cantadas com o mesmo sentimento, como a Atrás da Porta do show “Elis Regina de Carvalho Costa”. Poderíamos até tentar explicar que 36 anos foi um prazo razoável, considerando a força da emoção que ela repassava para as pessoas que a ouviam e viam, como se estivesse compartilhando um pedaço de si mesma. Pois no que me diz respeito até hoje me sinto de alguma forma roubada, traída, com uma certa raiva por tudo ter terminado de forma tão absurda. E tenho a certeza de que não estou sozinha, nesse sentimento. Abaixo, a homenagem deste Blog a Elis. TP.
Lembro-me perfeitamente daquele terrível 19 de janeiro….fiquei de cama, paralisada, perplexa, grudada na televisão, esperando que alguém desmentisse aquele “boato”, que corria no rádio-peão, já que ainda não tínhamos o melhor e o pior da globalização – a onipotente, onisciente e onipresente INTERNET. Com o passar das horas, o que eu queria que fosse boato se confirmou! Puxa vida tantos boatos de mortes como do “cantor” Belo ou Bello, do Sérgio Malandro, Edir Macedo infelizmente foram desmentidos, por que justo o da Elis, que foi a maior intérprete deste país, aquela cuja voz vinha das entranhas, tinha de morrer, não deixando nenhuma sucessora, e, o que é pior, deixando o caminho aberto para as Claudias Leite da vida ocuparem espaços para arruinar a nossa audição. Devo confessar que, após ler a mensagem acima, me deu coragem, de dizer aos quatro cantos, sem medo dos patrulheiros de plantão, que também tive uma “Reiva”, como diria outro saudoso, o Adoniram, este sim partindo, como se é de se esperar, no ocaso da vida e não no auge ou na sua plenitude, como a eterna Elis, a quem tive a oportunidade e privilégio de assistir nos shows dos circuitos universitários da década de 70 na minha querida Ribeirão Preto. Saudades de uma fã de carteirinha e obrigada a este blog pelo desabafo guardado há 30 anos.
Bela, justa e merecida lembrança. Obrigado, Tania!