Umbanda e o dia 13 de Maio – Dia dos Pretos Velhos

Por Walter Passos, Historiador,Panafricanista, Afrocentrista e Teólogo. Pseudônimo: Kefing Foluke.

Recordo-me da minha infância, quando crianças pediam a benção a uma idosa da cor de ébano que calmamente andava na rua onde morava, sempre no mesmo horário:

– A Benção, Vovó!E ela respondia alegremente: 

– Que Deus te abençoe, meu netinho.

Era uma zeladora de Umbanda. A Nós não nos interessa sua religião, porque ela demonstrava carinho e amorosidade com todos na mesma medida. Também pedíamos a benção aos padres capuchinhos, por interesse de ganhar laranja, uma benção, uma laranja. Até hoje não sei como aqueles homens idosos possuíam tantas laranjas. Era um pedido de benção interesseira.

Cresci indo a diversas sessões de umbanda, acompanhando o meu irmão que era fotografo na época, e quando já adolescente para jogar capoeira, antes das chamadas giras. Foi um bom tempo e muito aprendizado da diversidade religiosa brasileira. Sempre admirei a umbanda pelas suas propagandas de caridade e ficava impressionado por um dia ter visto um hospital umbandista no bairro de Mesquita – RJ.

Certa feita, ocorreu um fato interessante. Meu pai fora um comunista convicto, admirador da Rússia, de Carlos Prestes e do Partidão. Gostava de nenhuma religião, todavia solicitou a minha mãe que confeitasse um bolo para a festa de homenagem a São Jorge, em um terreiro de Umbanda, atendendo a um pedido de um zelador que era colega dele no Cais do Porto. Meu pai se orgulhava de ver os lindos bolos confeitados pela minha mãe e alegremente construía as suas armações. O bolo para São Jorge foi um dos mais belos que eu vi na vida. Mas, senti que a minha mãe o fez e o confeitou sem mostrar a mesma alegria como naqueles que fazia gratuitamente para as festas na Igreja Presbiteriana de Queimados -RJ, aniversários, batizados e de casamentos de jovens que ela gostava. (mais…)

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RS – Arte contra a extinção dos quilombolas

Arte contra a extinção dos quilombolas EMANUELLE DAL-RI

Na comunidade quilombola de Linha Fão, interior de Arroio do Tigre, na região Centro-Serra, trabalhar no campo para ter o que comer é questão de sobrevivência. O alimento, tão importante para a manutenção do corpo, é equiparado à necessidade de preservação dos costumes e da cultura nos quilombos. Essas questões, explícitas ou implícitas, se entrelaçam no tempo e firmam o que se pode chamar de herança. A produção de artesanato típico é uma das alternativas para se evitar que mais pessoas deixem as comunidades quilombolas rurais, o que seria desastroso, uma vez que esses núcleos sempre resistiram ao tempo, à perseguição e à escravidão, na contramão de todas as dificuldades.

A negritude, para além da cor, se manifesta em artesanato típico, feito basicamente de taquaras e cipós. A criatividade os transforma em cestas, balaios e peneiras, por exemplo. Depois de diversos cursos e oficinas,  um grupo da comunidade resolveu inovar e se dedicou à produção de joias, correntes e outros artigos do gênero.  (mais…)

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RJ – Quilombo São José realiza festa em homenagem aos Pretos Velhos

Quilombo São José, em Valença, realiza Festa do Jongo Foto: Divulgação

Cíntia Cruz – http://extra.globo.com

O dia de Preto Velho será comemorado no Quilombo São José, em Valença, com a Festa do Jongo, hoje, dia 14. A missa afro, a partir das 10h, inicia as atividades. Em seguida, é servida a feijoada no almoço comunitário. O encontro será realizado pela Associação de Moradores do Quilombo São José e tem entrada franca.

– Mais do que a Abolição da Escravatura, o dia 13 para nós é para homenagear os Pretos Velhos. Somos muito ligados a eles – afirma Toninho Canecão, líder e presidente da associação.

Há dez anos, a festa é aberta ao público e realizada sempre no sábado mais próximo ao 13 de maio. Mas, antes, era restrita aos moradores do Quilombo com distribuição de canjica e feijoada. A apresentação de grupos de jongo é a grande atração da festa.

– Somos ligados ao jongo e a única maneira de homenagear nossos antepassados é dançando – ressalta Toninho. (mais…)

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Carta da FIDH (Federación Internacional de Derechos Humanos) ao Secretário Geral da OEA

Na carta abaixo, a Federación Internacional de Derechos Humanos (FIDH) se posiciona de forma crítica às declarações do Secretário Geral da OEA, que tentou desqualificar e deslegitimar as recomendações da CIDH ao governo brasileiro, para que suspenda imediatamente a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte (observação de Ricardo Verdun).

París, 13 de mayo de 2011

Señor José Miguel Insulza
Secretario General / Organización de Estados Americanos

Sr. José Miguel Insulza,

Ante todo reciba un cordial saludo. Nos dirigimos a Usted desde la Federación Internacional de Derechos Humanos (FIDH) en la oportunidad de reaccionar a sus preocupantes declaraciones a la BBC en fecha del 4 de mayo de 2011 con relación a las medidas cautelares emitidas por la omisión Interamericana de Derechos Humanos (CIDH) a favor de la suspensión de laconstrucción de la represa hidroeléctrica de Belo Monte en Brasil.

En primer lugar, quisiéramos resaltar que las medidas cautelares emitidas por la CIDH, aunque se use el término de “recomendación”, tienen un carácter vinculante para los Estados miembros de la OEA y partes a la Convención Americana de Derechos Humanos. Por lo tanto, nos preocupa que al afirmar que “la CIDH hace recomendaciones que nunca son órdenes obligatorias para los paises” y que “ningún país estaría violando ningún tratado al no cumplir con lo que la Comisión le pide”, Usted parezca cuestionar su legitimidad, lo cual podría constituir un peligroso precedente a futuros desacatos de las medidas cautelares por parte de los Estados miembros bajo esta misma alegación, y tener graves consecuencias en materia de derechos humanos. (mais…)

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Construção de duas barragens em Pernambuco

Novas barragens vão custar R$ 65 milhões/ Foto: Denise Caputo - Banco de Imagens ANA

A previsão é que as obras sejam entregues no próximo inverno

O Ministério da Integração Nacional vai apoiar a construção de duas barragens no Estado de Pernambuco. Os convênios entre governo do estado de Pernambuco e União foram assinados nesta sexta-feira (13), em Brasília. As barragens de Panelas II e Gatos terão papel importante na contenção de enchentes na Mata Sul e em parte do agreste pernambucano. Localizada no município de Cupira, a 168 km do Recife, Panelas II vai ocupar uma área de 324 hectares. Terá capacidade para acumular 17 milhões de m³ e será erguida no Rio Panelas, afluente do rio Una. Sua construção vai custar R$ 50 milhões (sendo R$ 11,5 milhões de contrapartida do governo do estado). Vai beneficiar mais de 13 mil pessoas dos municípios de Belém de Maria, Catende e Palmares.

Outras 5.500 pessoas desses mesmos municípios serão beneficiadas com a Barragem de Gatos. Com 241 hectares, ela será construída no município de Lagoa dos Gatos. O reservatório poderá receber até 6,3 milhões de m³ e custará R$ 15 milhões. Ela será construída sob o Riacho dos Gatos, um afluente do rio Panelas, que deságua no Piranji. (mais…)

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Exposição Mãos de Césio – até 29 de maio, no Centro Cultural Laurinda Santos Lobo, RJ

Odesson na exposição Mãos de Césio. Foto: Suchanek.

A exposição de fotos Mãos de Césio fala sobre o Chernobyl do Brasil, o maior acidente nuclear do Brasil, que aconteceu em setembro de 1987, em Goiânia. Nesta semana, em uma sessão especial para ele, o Presidente da Associação das Vítimas do Césio 137 (AVCesio), Odesson Alves Ferreira,  visitou a exposição no Rio e ficou comovido: “A exposição resgata informações que estavam perdidas”, disse Odesson Alves Ferreira. Precisa ser mostrada também nas outras capitais do Brasil.

A exposição tem curadoria do jornalista Norbert G. Suchanek, e está aberta ao público até 29 de maio de 2011. Ela faz parte do 1º Festival Internacional de Filmes sobre Energia Nuclear, Urânio em Movi(e)mento, Rio de Janeiro. Pode ser visitada das 10h às 19h, no Centro Cultural Municipal Laurinda Santos Lobo (telefone 2215 0618).

Para ver a Programação do Festival de Filmes, que será realizado de 16 a 28 de Maio, consulte os websites: www.uraniumfilmfestival.org ou www.uraniofestival.org.

Contato: Marcia Gomes
[email protected]

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