‘Poderia ter sido eu’, diz Elza Soares sobre chacina no Rio

Por BBC Brasil. em Notícias Terra

“A carne mais barata do mercado é a carne negra”. Foi cantando o refrão da canção A Carne a plenos pulmões que a cantora Elza Soares desabafou, há cerca de três semanas, sobre o caso dos cinco jovens assassinados por policiais militares em Costa Barros, no Rio de Janeiro. O vídeo da apresentação se espalhou nas redes sociais.

“Até quanto negros serão mortos nesse país?”, pergunta ela, em entrevista, à BBC Brasil. “Negro é gente. Precisamos de uma vacina contra essa doença incurável chamada racismo”, vaticina. (mais…)

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Por que 200 soterrados por uma mina em Mianmar não geram catarse?, por Alceu Castilho

Ocidente minimiza catástrofe no Sudeste Asiático motivada por ganância de mineradoras; qualquer semelhança com Minas Gerais não será mera coincidência

Em Outras Palavras

Tome-se a editoria de Internacional do Estadão nesta segunda-feira. Ela que já foi a mais completa do jornalismo brasileiro. Procure-se a última notícia. Lá está: “Deslizamento de mina deixa pelo menos 100 mortos em Mianmar”. Mas há outros 100 trabalhadores desaparecidos. Ou seja, soterrados. Observem a matemática do crime: são duzentos assassinados por falta sistemática de segurança nas minerações de jade – a pedra preciosa. Certamente pendurada em alguns pescoços elegantes pelo planeta. (mais…)

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Licença para matar

Milhares de homicídios praticados pela polícia do Rio são legitimados como “autos de resistência”

Por Michel Misse, Carolina C. Grillo, Cesar P. Teixeira e Natasha Néri, em Revista de História

Nenhuma polícia de país civilizado mata mais que a do estado do Rio de Janeiro. Entre 2001 e 2011, mais de 10 mil pessoas foram mortas em confronto com a polícia fluminense em casos registrados como “autos de resistência”. Embora sejam homicídios, essas mortes são classificadas separadamente por se tratar de casos com “exclusão de ilicitude”, ou seja, teriam sido supostamente cometidas em legítima defesa ou com o objetivo de “vencer a resistência” de suspeitos de crime.

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Refugiados de 12 países criam música para agradecer abrigo no Brasil

Por EBC

Para agradecer o asilo recebido no Brasil, um grupo de 50 refugiados abrigados em São Paulo gravou uma música que foi divulgada na internet. O clipe “Refugiados no Brasil” levou cerca de 10 meses para ser produzido e foi feito após ser escolhido pelo programa Iniciativa Jovem da Acnur (Agência de Refugiados da Onu). A iniciativa foi da Caritas Arquidiocesana de São Paulo, local que abriga os refugiados.

Na música (que pode ser ouvida abaixo), os refugiados cantam e relatam o que passavam no país de origem: “Nós estamos aqui, com muitas saudades. Por causa da guerra, deixamos as nossas cidades. E deixamos para trás família e amigos. O destino tanto faz, desde que fiquemos vivos”. (mais…)

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Europa: “Racismo e muros, voltem, estão perdoados”

O teste dos líderes europeus estará na sua capacidade de terem presente que o fim último da União Europeia é a preservação da Paz na Europa.

Por Fernando d’Oliveira Neves*, em Público

A profunda crise em que a Europa, e não só a Grécia, está mergulhada, envolvida numa complexa e perigosa crise internacional, fez-me recordar três frases.

Uma de Marcello Mathias, nas “Memórias da Abuxarda”: “os eurocratas são burocratas que não gostam dos povos”. Como é certeira para quem conhece por dentro o mundo das instituições europeias. (mais…)

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O juiz e a banalidade do mal, por Haroldo Caetano – [ótima!]

Em Justificando

Para Luis Carlos Valois, Marcelo Semer e Rubens Casara, que fazem da magistratura poesia viva; e da justiça, razão de ser.

Hannah Arendt descreve Adolf Eichmann, oficial alemão responsável pela logística do transporte de judeus para campos de concentração, como um homem que não admitia qualquer culpa no extermínio massivo de pessoas durante o Terceiro Reich. No seu julgamento, reportado pela filósofa alemã de origem judaica no livro Eichmann em Jerusalém (Companhia das Letras, 1999), Eichmann enfatizava que não passava de um mero cumpridor de ordens e, como tal, jamais poderia ser punido por se desincumbir com eficiência das funções a ele acometidas pelo regime nazista. Sua tarefa limitava-se, insistia ele em seus muitos depoimentos, a organizar a identificação de pessoas, encontrar e providenciar rotas de trens; e que não tinha responsabilidade sobre o destino dos milhares de judeus transportados para os campos de extermínio. (mais…)

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Nina Simone e a música como expressão dos direitos civis

No rastro do documentário “What happened, Miss Simone”, vale refletir sobre vida, música e lutas da compositora negra que dizia: “É obrigação artística refletir meu tempo”  

Por Kauê Vieira, no Afreaka/Outras Palavras

O movimento dos direitos civis é um dos momentos mais importantes da história dos Estados Unidos, concentrado principalmente em estados do sul do país, os fatos ocorreram entre 1954 e 1968 e foram uma forma de resistência da comunidade negra que exigia o fim da segregação racial imposta por supremacistas brancos. O objetivo era questionar e boicotar decisões claramente racistas, como as proibições sociais cotidianas impostas aos negros e os direitos cedidos apenas às pessoas brancas o que, na visão dos estrategistas do movimento, provocaria uma crise e consequentemente um diálogo com as autoridades. (mais…)

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Mais duas tentativas de linchamentos: “Isso é um comportamento extremamente escravocrata”, “negação do estado democrático de direito”

Combate Racismo Ambiental

“Quando o sujeito que é negro, pobre, é amarrado no poste, ele reproduz aí a correção nos troncos das senzalas”, diz o sociólogo Alderico Almeida em entrevista à TV Brasil sobre mais duas tentativas de linchamento em São Luís, em 24 horas.

Presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB no Maranhão, Antônio Pedrosa denuncia outra questão extremamente importante: nos debates promovidos pelas redes de tevê e rádio sobre o modelo ideal de combate à violência, “o que prepondera, que hegemoniza, é geralmente o de negação do estado democrático de direito”. (mais…)

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A “Ideologia de gênero” e as ameaças à democracia, por Flávia Biroli

No blog da Boitempo

A democracia e os direitos individuais estão sendo ameaçados por ofensivas contra o que vem sendo chamado de “ideologia de gênero”. Trata-se da ação retrógrada, orquestrada, de alguns grupos religiosos na política. Embora se digam contra uma “ideologia”, atuam para frear e interromper a consolidação de valores básicos da democracia, como o tratamento igual aos indivíduos independentemente do que os singulariza e a promoção, no ambiente escolar, do respeito à pluralidade e diversidade que caracterizam as sociedades contemporâneas. (mais…)

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