Tomba árvore, Tomba índio

Os Ka’apor arriscam a vida para expulsar madeireiros de sua terra. Em meio ao conflito, líder indígena é assassinado

Por Ruy Sposati e Piero Locatelli, para o Repórter Brasil

Eusébio Ka’apor e seu primo viajavam de moto quando foram abordados por dois homens encapuzados e armados em uma encruzilhada. Os indígenas seguiam o caminho de casa, cruzando os povoados que cercam a Terra Indígena Alto Turiaçu, no Maranhão. “Tava chovendo muito, quase escuro”, relembra P (os nomes dos indígenas foram ocultados). Ao ouvir os gritos dos pistoleiros, ele resolveu acelerar. “Achei que não ia atirar, mas o cara atirou: tá!”, diz, simulando o som do disparo que atravessou o corpo de Eusébio, na garupa, e pegou de raspão nas costas de P. (mais…)

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Ka’apor: vidas pela floresta

Sem proteção do Estado, indígenas Ka’apor arriscam a vida para expulsar madeireiros da sua terra, no Maranhão. Em meio ao conflito, o líder Eusébio Ka’apor foi assassinado no dia 26 de abril de 2015.

Este vídeo é parte da matéria da Repórter Brasil: “Ka’apor: vidas pela floresta“, que pode ser acessada no original AQUI. A realização é de Ruy Sposati e Phil Clark Hill.

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Mataram o líder Eusébio Ka’apor. Madeireiros e políticos da região do Centro do Guilherme agradecem

Por Pe. Cláudio Bombieri

As agressões e as ameaças que há mais de dois meses madeireiros e comerciantes da região do Centro do Guilherme ligados ao comércio clandestino da madeira dentro da terra indígena Alto Turiaçu vinham fazendo aos índios Ka’apor culminaram, anteontem, 26 de abril, no homicídio de Eusébio Ka’apor.

Eusébio era um dos defensores da terra indígena e ferrenho opositor dos madeireiros e políticos locais que viviam extraindo diuturnamente madeira nobre da terra indígena. Eusébio que era morador da aldeia Ximborendá, município de Santa Luzia do Paruá, foi vítima de dois tiros nas costas numa pequena localidade próxima do Centro do Guilherme. (mais…)

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Ka’apor denunciam madeireiros por assassinato de indígena da TI Alto Turiaçu, no MA

Eusébio Ka’apor foi morto no domingo (26) com um tiro nas costas depois de ser abordado por duas pessoas encapuzadas na entrada de um povoado

Por Carolina Fasolo, Assessoria de Comunicação Cimi

O agente indígena de saneamento Eusébio Ka’apor, 42 anos, da aldeia Xiborendá, da Terra Indígena Alto Turiaçu, no Maranhão, foi assassinado no domingo (26) com um tiro nas costas. Ele voltava da aldeia Jumu’e Ha Renda Keruhu, na garupa de uma motocicleta conduzida pelo indígena K.K., quando, por volta das 18h30, dois homens encapuzados os abordaram pedindo que parassem e em seguida acertaram um tiro nas costas de Eusébio. (mais…)

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MPE-MT oferece nova denúncia contra 23 pessoas por crimes ambientais

Denunciados foram alvos da Operação Jurupari, da Polícia Federal. Ações deixam de tramitar na Justiça Federal e serão julgadas pelo estado

Por Kelly Martins, do G1 MT

O Ministério Público Estadual (MPE) ofereceu nova denúncia, nesta segunda-feira (9), contra empresários e madeireiros investigados por extração e comércio ilegal de madeiras de áreas protegidas na região Norte do estado. Eles já respondem a ações penais na Justiça Federal pelos crimes, que resultou na Operação Jurupari I, deflagrada pela Polícia Federal, em 2010. (mais…)

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Justiça suspende sentença que declarou inexistentes etnias Borari e Arapium e Terra Indígena Maró

Juiz deu efeito suspensivo à apelação do Ministério Público Federal, que pretende reverter a sentença. Efeito vale até o julgamento no TRF1

MPF PA

A Justiça Federal de Santarém suspendeu a sentença que considerou as etnias indígenas Borari e Arapium como formadas por falsos índios. Com a suspensão, voltam a vigorar os embargos ambientais contra as madeireiras que invadiram a Terra Indígena Maró, onde vivem os dois povos indígenas. (mais…)

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Denúncia leva à apreensão de madeira ilegal da reserva indígena Alto Rio Guamá em serraria no Pará

Madeira teria sido extraída de área da reserva indígena Alto Rio Guamá. Proprietário foi multado em R$ 420 mil.  Áreas são consideradas um dos últimos fragmentos de floresta primária do Centro de Endemismo Belém (CEB), refúgio da maioria das espécies ameaçadas de extinção no Pará.

G1 PA

Denúncias levaram à apreensão de cerca de 1300 metros cúbicos de madeira ilegal em uma serraria de Paragominas, no nordeste do Pará, no último fim de semana. Equipes da Polícia Federal e representantes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente atuaram no trabalho de fiscalização que resultou ainda na apreensão de um caminhão. (mais…)

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Relatório da viagem à TI Araribóia

Luís Pedrosa, em seu blog

As notícias acerca da morte de uma criança Awa, na TI Araribóia, com certeza apontam para uma realidade mais triste ainda. Significa sobretudo que os madeireiros chegaram ao tradicional território de caça dos Guajajara e que os Awá estavam perambulando por lá, conforme relatos que já se tinha notícia.

A Terra Indígena Araribóia foi homologada em 1990. Está localizada na região Pré-Amazônica do Estado do Maranhão, tem uma extensão de 413 mil hectares, que atinge os municípios de Amarante, Arame, Bom Jesus das Selvas, Buriticupu, Grajaú e Santa Luzia. No interior dos seus limites locallizam-se 80 aldeias, com uma população de cerca de dez mil índios.

Decidimos organizar uma comitiva para entrar na TI na terça-feira, diante da confusão que se instalou, com as notícias sobre a morte do índio. Entre os próprios indígenas havia muita informação truncada e a curiosidade que o tema despertava, ampliava as dimensões do fato.

A publicação de uma nota da FUNAI, desmentindo a notícia da morte e criminalizando Clóvis Guajajara, trouxe mais perplexidade para as entidades que acompanham a questão indígena no Estado. Era algo incomum um boato deste tipo, com referências diretas ao índio Clóvis Guajajara, como tendo sido a origem da notícia. Depois, justamente esta fonte ser desmoralizada no relatório, quando havia a necessidade de uma investigação cautelosa a respeito do assunto.

Não havia forma melhor e mais responsável de apurar os acontecimentos do que se dirigir ao próprio local dos fatos e dialogar com os indígenas. Foi o que fizemos, partindo a comitiva, compostas pelos advogados Luis Antonio Pedrosa (presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-MA, Igor Almeida (advogado da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos) e Rosimeire Martins (integrante do CIMI). (mais…)

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