1% da população mundial concentra metade de toda a riqueza do planeta

Desigualdade aumentou desde da crise de 2008 e chega ao ápice em 2015.

2015 será lembrado como o primeiro ano da série histórica no qual a riqueza de 1% da população mundial alcançou a metade do valor total de ativos. Em outras palavras: 1% da população mundial, aqueles que têm um patrimônio avaliado em 760.000 dólares (2,96 milhões de reais), possuem tanto dinheiro líquido e investido quanto o 99% restante da população mundial.

A reportagem é de Ignacio Fariza e publicada por El País / IHU On-Line

Essa enorme disparidade entre privilegiados e o resto da Humanidade, longe de diminuir, continua aumentando desde o início da Grande Recessão, em 2008. A estatística do Credit Suisse, uma das mais confiáveis, deixa somente uma leitura possível: os ricos sairão da crise sendo mais ricos, tanto em termos absolutos como relativos, e os pobres, relativamente mais pobres. (mais…)

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‘A lógica do mercado prevalece na educação chilena’

A conhecida dirigente estudantil fala sobre as mudanças no sistema educacional do país, onde liberdade de ensino que se confunde com a liberdade de empresa

Gustavo Gerrtner, para o Página/12, em Carta Maior

Camila Vallejo não se deixa enganar pelos indicadores econômicos. O último Informe de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas poderia situar o Chile dentro do grupo de estados com “alto desenvolvimento humano” no âmbito da educação. Mas para ela, a educação em seu país continua sendo dominada por uma lógica mercantilista, que se reflete no alto custo econômico para as famílias dos estudantes. Nos bastidores do Centro Cultural Kirchner, minutos depois de concluir sua conferência “Política, Luta e Hegemonia” – na qual falou quase sem olhar suas anotações – a ex-dirigente estudantil, hoje deputada comunista, falou com o diário argentino Página/12, sobre os obstáculos que a criação de um sistema educacional de qualidade e voltado para a maioria da população do Chile. “Quando havia vontade de mudar, não havia maioria política para levar a essas mudanças, quando conseguimos gerar maior consenso dentro do mundo político, através das pressões dos movimentos sociais, lamentavelmente, os acordos que mantêm o sistema político e sua carga ideológica falaram mais alto”, afirmou. (mais…)

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A pertinência de se ler Fanon, hoje – parte 2

por Inocência Mata, em Buala

(…) Composto por cinco capítulos, que continuam as problemáticas de livros anteriores, (especialmente Pele Negra, Máscaras Brancas), Os Condenados da Terra parece ser, de facto, um livro testamentário, sobretudo tendo em conta o seu momento de escrita. Assim, a alienação cultural e seus traumas, a internalização da dominação (hoje falar-se-ia de subalternidade) e suas consequências na fragmentação da cultura nacional (cuja existência Fanon recusa em situação colonial pois considera que esta paralisa na sua totalidade a cultura nacional), a relação entre cultura nacional e lutas de libertação, as ideologias nacionalistas e seus equívocos, os programas (mínimos e máximos) dos movimentos nacionalistas e seus falhanços, o modus operandi monolítico dos poderes pós-coloniais e suas semelhanças com o poder colonial, o papel da burguesia e da «nova» elite, as ideologias dos nacionalistas africanos (que Fanon considera terem sido importadas), as ambiguidades do «intelectual colonizado», as frustrações do ex-colonizado face ao novo país são matéria de Os Condenados da Terra: uma análise multi e transdisciplinar, multidimensional, da violência como realidade inerente à situação colonial que está presente em todas as expressões materiais e simbólicas da sociedade, mesmo depois das independências, detendo-se demoradamente na terapêutica da violência como inevitável, pois «as posições defensivas surgidas do confronto violento do colonizado com o sistema colonial organizam-se numa estrutura que revela então a personalidade colonizada»[1]. Quem ler antes Pele Negra, Máscaras Brancas tenderá a considerar este livro como a síntese da análise da «extensão dos sofrimentos psíquicos causados pelo racismo e pela presença viva da loucura no sistema colonial. Com efeito, em situação colonial, o trabalho do racismo visa, em primeiro lugar, abolir toda a separação entre o eu interior e o olhar exterior.»[2] (mais…)

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El pasaporte indígena se usa por primera vez, en Quito

Expresso.ec

Carlos Pérez Guartambel cree que se dio un paso más en el reconocimiento de la plurinacionalidad y la libre determinación de los pueblos. Ayer, los agentes de migración en el aeropuerto de Tababela validaron, según dijo, el pasaporte emitido por la Confederación de los Pueblos Kichwas de Ecuador (Ecuarunari).

Él es el presidente de la organización indígena. Llegó a Quito a las 11:45, en un vuelo de la aerolínea Copa, procedente de Brasil. Viajó para visitar a su compañera Manuela Picq. (mais…)

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Tomada de posição de um grupo de cientistas sociais da área das migrações: União Europeia

Por Alexandre Abreu, Beatriz Padila, Cristina Santinho, Francesco Vachiano, Inês Espírito Santo, Joana Azevedo, João Baía, Jorge Malheiros, José Mapril, Raquel Matias, Ricardo Falcão, Rui Pena Pires, em Le Monde Diplomatique/Buala

A União Europeia vive actualmente aquela que é sem dúvida uma das maiores tragédias desde que, com a assinatura do Tratado de Roma em 1957, a livre circulação foi instituída como um dos princípios fundamentais da Comunidade Europeia. Na origem desta tragédia encontram-se a intensificação dos conflitos no Médio Oriente e Norte de África na última década e meia (nomeadamente no Afeganistão, Iraque, Líbia, Síria e Palestina), o êxodo populacional que estes conflitos têm provocado e a desregulação dos sistemas de controlo nos países de origem. Porém, o carácter especialmente trágico de que se reveste a actual crise deve-se também sobremaneira a factores que se situam do lado da própria União Europeia – designadamente a crescente militarização das suas fronteiras exteriores e a tendência para a securitização da mobilidade humana. (mais…)

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A história do fim dos comentários na internet, por Leonardo Sakamoto

Leonardo Sakamoto

Há um debate sendo travado, neste momento, em redações por todo o mundo, sobre a permanência da caixa de comentários em blogs, artigos ou reportagens. Pois, se por um lado, ela é um instrumento para a troca de ideias e a construção coletiva do conhecimento, por outro, também se tornou um ambiente para a desinformação, onde trolls e comentaristas profissionais atuam de forma sistemática para atacar – não raro de forma violenta – em nome de suas posições. Tornando-a, assim, uma trincheira sangrenta no rodapé dos textos. (mais…)

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A pertinência de se ler Fanon, hoje – parte 1*

por Inocência Mata, em Buala

Ó meu corpo, faça sempre de mim um homem que questiona!
(Última prece de Frantz Fanon em Pele negra, máscaras brancas.)

No dia 6 de Dezembro de 1961[1], morria em Maryland, Washington[2], Frantz Fanon. Soubera um ano antes, em Túnis, que sofria de leucemia e que teria menos de um ano de vida. Ainda assim, empenhara-se por acabar a tarefa que tinha entre mãos, Os Condenados da Terra, livro que escreveu entre Abril e Julho de 1961, com um ritmo febril, nas palavras de Homi Bhabha[3], e que acabaria por ver publicado. Morreria dias depois, aos 36 anos, sete meses antes da proclamação da independência da Argélia (5 de Julho de 1962), a pátria adoptiva a que chegara em 1953[4] (e de que seria expulso em 1957), depois de oito longos anos de uma guerra de libertação que ceifou centenas de milhares de vidas humanas. (mais…)

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Wallerstein: “O mundo girou (de leve) à esquerda”…

Parece espantoso no Brasil, mas a tendência internacional é de recuo dos conservadores. Qual o sentido e os limites desta novidade?

Por Immanuel Wallerstein | Tradução: Antonio Martins | Imagem: Ernst Fiene, Mudança Noturna (1939) – Outras Palavras

A vitória arrasadora de Jeremy Corbin em 24 de setembro, na disputa pela liderança do Partido Trabalhista da Grã-Bretanha, foi espantosa e totalmente inesperada. Ele começou quase sem apoio suficiente para participar da disputa. Apresentou uma plataforma de esquerda sem concessões. E então, diante de três candidatos mais convencionais, obteve 59,5% dos votos, numa eleição que teve comparecimento extraordinário, de 76%. (mais…)

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Argentina prohíbe la plantación de alfalfa resistente al glifosato

Las semillas con el gen resistente al poderoso y cuestionado herbicida no pueden ingresar al país y su siembra es ilegal. La única simiente legal es con rótulo oficial del Inase.

Todo esto es muy importante para San Juan, que se ha caracterizado por la calidad de alfalfa tanto en forrajes como para la producción de semillas. Este prestigio se pone en riesgo si proliferase la siembra de semillas de alfalfas del tipo RR-RL Roundup Ready (resistentes al glifosato y reducidas en lignina), es decir alfalfas transgénicas. (mais…)

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Victoria del movimiento campesino en la lucha por el reconocimiento de sus derechos dentro de la ONU

La Vía Campesina

En la tarde del 1 de octubre el 2015, el Consejo de Derechos Humanos de las Naciones Unidas aprobó con mayoría la resolución que mandata al Grupo de Trabajo Intergubernamental de Composición Abierta que debe negociar, finalizar y entregar el borrador de una Declaración de las Naciones Unidas sobre los derechos de campesinas y campesinos y otras personas trabajadoras de las zonas rurales a continuar con el proceso por los siguientes dos años.

La resolución fue presentada por los gobiernos de Bolivia, Ecuador, Cuba y Sudáfrica y auspiciada entre otros por Suiza, Brasil,  Eritrea y Argentina, en un esfuerzo conjunto de todas las regiones por apoyar este paso decisivo. En la votación final, solamente el gobierno de Estados Unidos ha votado en contra. Los gobiernos de Europa se han abstenido en la votación y han continuado con la misma postura de voto en bloque mostrada en junio del 2014, en la votación de la resolución 26/26. En total, 31 países votarón a favor, 15 se abstuvieron, y solo uno votó en contra. * (mais…)

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