Câmara, 40 graus

Em um dos dias mais movimentados do ano no Congresso, Cunha adiou mais uma vez a decisão do Conselho de Ética que pode abrir caminho para sua cassação e ajudou a oposição a eleger parte da comissão especial do impeachment – decisão suspensa mais tarde pelo STF

por Étore Medeiros, A Pública

O calor insuportável no plenário escolhido por Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para análise do processo contra ele no Conselho de Ética tomou conta de toda a Câmara dos Deputados na terça-feira (8). No plenário, deputados chegaram a trocar empurrões após a vitória da chapa da oposição para a comissão especial que analisará a continuidade do processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff. E os aliados do presidente da Casa, mais uma vez, conseguiram atrasar a votação do parecer que pede a continuidade de uma investigação que pode cassá-lo.

Foram duas vitórias de Cunha, mas uma delas não durou muito tempo. À noite, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), acolheu liminarmente pedido do PCdoB e suspendeu a continuidade da escolha dos integrantes – apenas 39 dos 65 deputados foram eleitos – e a instalação do colegiado do impeachment, prevista para terminar nesta quarta-feira (9). Embora não anule a polêmica vitória da chapa da oposição, os próximos passos para um impedimento de Dilma ficaram paralisados até pelo menos o dia 16, quando o plenário do STF debaterá o assunto. (mais…)

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Estudo mostra que 67% das alunas já sofreram algum tipo de violência de gênero no ambiente universitário

EcoDebate

O Instituto Avon, em parceria com o Data Popular, divulgou os resultados da pesquisa inédita Instituto Avon/Data Popular- Violência contra a mulher no ambiente universitário (acesse aqui), realizada ao longo de setembro e outubro deste ano com universitários de cursos de graduação e pós-graduação de instituições públicas e privadas.

O levantamento contou com uma fase quantitativa, online, com 1.823 estudantes de todo o país, e uma qualitativa, com grupos de discussão envolvendo participantes de ambos os sexos e entrevistas em profundidade com especialistas*. Além disso, a pesquisa envolveu a abertura de espaço para os universitários deixarem depoimentos pessoais sobre o tema. (mais…)

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Número de estudantes no ensino superior aumenta; maioria ainda é branca e rica

Vinícius Lisboa – Repórter da Agência Brasil

Os estudantes de 18 a 24 anos que frequentam ensino superior no Brasil somavam 58,5% do total de estudantes nessa faixa etária em 2014. O percentual é 25 pontos percentuais maior que o de dez anos antes. Os dados foram divulgados hoje (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e mostram que, em 2004, esse número era de 32,9%.

Os dados da pesquisa do IBGE foram calculadas com base no número de estudantes, e não no total de jovens – o que incluiria também os que não estudam. Apesar de o IBGE destacar a tendência de democratização do ensino superior nos últimos dez anos, os dados indicam que os estudantes brancos e da parcela mais rica da população ainda são maioria nas universidades do país. (mais…)

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Combate ao terrorismo pode entrar, de fato, na agenda política do Estado brasileiro

Marcela Belchior – Adital

O enfrentamento ao terrorismo parece ter chegado, de fato, à pauta política do Estado brasileiro. Recentes declarações da presidenta Dilma Rousseff [Partido dos Trabalhadores – PT] atestam que o governo federal estuda consolidar uma participação ativa do país em ações de prevenção e combate à violência terrorista, tanto em âmbito internacional quanto no próprio país. Diante desse contexto, surge a pergunta: o Brasil teria potencial para ser um intermediador na resolução do conflito terrorista?

Em entrevista à Adital, a professora Lidice Meyer, doutora em Antropologia Social e coordenadora da Pós-Graduação Lato Sensu da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, afirma que, assim como o Brasil, todos os países deveriam se posicionar sobre a questão. “Todos os países, independentemente de sua confissão religiosa, deveriam se posicionar contra atividades terroristas, pois, independentemente de fundamentação religiosa, um ataque terrorista é uma agressão ao direito fundamental da vida humana, usando a violência física ou psicológica para desestabilizar uma situação de ordem”, explica. (mais…)

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Boitatá: Política também é coisa de criança

Como parte das comemorações dos 20 anos, a Boitempo anuncia o Boitatá, um selo infantil que não subestima a inteligência de seus pequenos leitores e procura promover o aprendizado, o questionamento e a construção do senso de justiça através de livros instigantes e envolventes. O novo selo tem início com a Coleção Livros para o Amanhã, lançada originalmente em 1977 pela extinta editora catalã La Gaya Ciencia (de Barcelona), que logo após a queda de Franco, e cheia de esperança para a nova geração, contratou uma equipe multidisciplinar de educadores para escrever em conjunto quatro livros. (mais…)

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Caro Temer, todas as cartas de amor são ridículas. Mas nós também somos, por Leonardo Sakamoto

No Blog do Sakamoto

A primeira carta de amor que escrevi foi ridícula. Não o ridículo vindo da autocrítica, essa megera que nos assola, prima-irmã da culpa cristã. Muito menos o ridículo inerente a todas as cartas de amor, mote que virou até comercial de lingerie fazendo com que o cadáver de Álvaro de Campos (a.k.a Fernando Pessoa) desse cambalhotas em sua cova.

O ridículo foi que, quando eu era um pequeno ser, não tive a coragem de entregar uma cartinha para a menina bonita que não dava bola pra mim. Daí, ao tentar coloca-la sorrateiramente em sua mochila, logo depois do recreio, fui flagrado por uma amiga da menina bonita que correu para ela e disse algo do tipo: “Olha, o Leo tá abrindo sua mochila!”. Até explicar que o focinho de porco não era uma tomada, o estrago já havia sido feito, com aquela sala de fedelhos transformada em um pandemônio. (mais…)

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O quinteto que pode salvar Cunha

Processo contra o presidente da Câmara no Conselho de Ética depende de como votarem os deputados Sérgio Brito (PSD-BA), Cacá Leão (PP-BA), Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), Ricardo Barros (PP-PR) e Paulo Azi (DEM-BA)

Por Étore Medeiros, na Pública

A continuidade das investigações contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no Conselho de Ética depende do voto de cinco parlamentares, que até agora não revelaram a sua posição. Os deputados Sérgio Brito (PSD-BA), Cacá Leão (PP-BA), Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), Ricardo Barros (PP-PR) e Paulo Azi (DEM-BA) mantêm mistério sobre como vão se comportar – e podem inclusive se ausentar, abrindo caminho para que suplentes salvem Cunha ou votem contra ele. O modo como esses políticos vão atuar pode já ficar claro na sessão do colegiado marcada para esta terça-feira (8). Será mais uma tentativa de avaliar o parecer do relator Fausto Pinato (PRB-SP), que acha que há elementos suficientes para que o presidente da Câmara seja investigado. A representação do PSOL e da Rede pede a cassação de Cunha, por ter mentido à CPI da Petrobras quando afirmou não possuir contas no exterior. (mais…)

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Impeachment: legalidade e legitimidade

Por Murilo Gaspardo, no Correio da Cidadania

O impeachment é uma decisão política juridicamente fundamentada. Consequentemente, na análise do pedido de impedimento contra a presidenta Dilma Rousseff, as considerações sobre sua legitimidade e legalidade são indissociáveis.

Preliminarmente, é preciso ressaltar que, no Brasil, vige o sistema presidencialista de governo, que tem, entre suas características fundamentais, a eleição do chefe do Poder Executivo para mandato por prazo fixo e sua irresponsabilidade política. Isso significa que, diferentemente do que ocorre no parlamentarismo, a perda de maioria parlamentar – geralmente antecedida por um descontentamento popular com o governo – não é razão suficiente para sua queda. Não obstante se reconheça que o presidencialismo apresenta uma séria de problemas, como o reforço da personalização do poder e a dificuldade para lidar com crises, nas duas vezes em que, na história republicana brasileira, a população foi chamada a se manifestar sobre o sistema de governo de sua preferência (1963 e 1993), a opção foi pelo presidencialismo. (mais…)

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E se Dilma adotasse como lema “Quatro anos em quatro meses”?, por Leonardo Sakamoto

Blog do Sakamoto

Considerando que o processo de impítima será algo um tanto quanto imprevisível, Dilma Rousseff poderia aproveitar o momento e, inspirada em JK, trocar o duvidoso lema de seu governo de “Pátria Educadora” por algo como “Quatro anos em quatro meses”.

Por favor, caro leitor, não estou sendo irônico ou fazendo piada com os sentimentos de ninguém. É só conjectura. E dado que tem um monte de colega que faz conjectura vagabunda e acha que está reescrevendo Os Lusíadas, decidi me juntar a eles. (mais…)

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Nota do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) sobre a situação política

 

Declaração em defesa da democracia

“A justiça caminhará à nossa frente e os seus passos traçarão um caminho” (Sl 85.16)

O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC), nesse contexto de tensões e incertezas que paira sobre o mandato da presidente Dilma Rousseff, une-se às demais organizações da sociedade civil e reafirma o compromisso e engajamento em favor do respeito às regras da democracia.

Como já afirmamos em diferentes ocasiões, nossa história democrática foi conquista com a luta e engajamento de muitos brasileiros e brasileiras, muitos perderam suas vidas. Ela precisa, portanto ser diariamente reafirmada. Vemos com muita preocupação que o presidente da Câmara tenha acolhido um pedido de impeachment com argumentos frágeis, ambíguos e sem a devida sustentação fática para acusação de crime de responsabilidade contra a presidente da república. (mais…)

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