Ruralistas da Câmara dos Deputados enviaram para o sul do Brasil o antropólogo expulso da ABA, Edward Luz, para percorrer irregularmente as aldeias e buscar informações para serem utilizadas na .
Com o argumento frágil para suas manobras, a Bancada Ruralista utilizou da mão de obra cara de um antropólogo que, há anos, vem ganhando dinheiro com a elaboração de laudos contrários à demarcações de terras. Trata-se de Edward Luz, já desligado da Associação Brasileira de Antropologia em 2013.
Edward Luz compareceu em uma audiência judicial em Florianópolis, SC, realizando depoimentos contrários à presença indígena Guarani no litoral daquele estado. Na situação ele revelou que permaneceria no sul por mais tempo, com vistas a buscar informações para subsidiar a CPI da Funai, e ainda entrou em contato com deputados catarinenses sugerindo a criação de CPI estadual contra a Funai.
Segundo indígenas, Luz apareceu em aldeias Guarani de Palhoça, SC, se dizendo pesquisador e buscando informações. Na sequência, Luz se dirigiu ao Rio Grande do Sul, percorrendo aldeias Kaingang de Nonoai.
Edward Luz percorreu as aldeias do sul na mesma semana em que o senador Dário Berger (PMDB/SC), a senadora Ana Amélia Lemos (PP/RS) e o deputado federal Valdir Colatto (PMDB/SC) organizaram uma audiência para tratar do Plano de Defesa da Agricultura e Reforma Agrária em Chapecó, SC, em 13 de novembro.
Edward Luz, claramente financiado pela Bancada Ruralista, busca versões novas sobre a presença indígena Guarani no sul, bem como a sobre áreas de arrendamento em Terras Indígenas para plantio de soja.
Todos os temas serão debatidos na CPI da Funai e já foram convocados antropólogos e indigenistas que participaram de processos de identificação, bem como o ex ministro do STF Ayres Brito.
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Imagem: Movimento Indígena Protesto Congresso Nacional © Mário Vilela » Funai