Hidrelétricas guardam em seus reservatórios a maior parte da água. Ribeirinhos já sentem mudanças no gosto da água do rio
Nunca foi tão fácil ver o fundo do Rio São Francisco. Está tão raso que muitos trechos, surgiram ilhas e a vegetação cresceu. Com o rio cada vez mais seco, esta imagem tem se tornado comum. Em pleno leito do rio, imensos brancos de areia. Em um local que já teve profundidade de oito metros está desoladora.
Está difícil até para navegar. As pequenas embarcações estão encalhando. Existem pontos que é necessário que os passageiros precisam descer do barco para ajudar a seguir viagem.
“Seco, seco, acabado porque o oceano vem empurrando de lá pra cá, vem trazendo destruindo as laterais e vai aterrando o rio”, lamenta o pescador Ismael Menezes.
Entre os estados de Sergipe e Alagoas, o volume de água não passa de 1100 metros cúbicos por segundo. Em uma situação normal, já foi de 2.800 metros cúbicos por segundo.
“Infelizmente estamos vivendo essa realidade e a gente não sabe até quando a gente vai suportar isso”, disse o pescador José Ailton Gomes.
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Enviada para Combate Racismo Ambiental por Ruben Siqueira.