Cristina Fontenele, Adital
A Agência Internacional para Investigação sobre Câncer (IARC, sigla em inglês), instituição especializada da Organização Mundial de Saúde (OMS), confirmou em recente estudo a relação direta do agrotóxico glifosato como agente potencial de câncer em humanos e animais. O herbicida, produzido há mais de 20 anos pela multinacional Monsanto, é o mais utilizado na agricultura mundial, em produtos como soja, trigo, arroz, milho, uva, banana, cacau, café. Após a divulgação do relatório, as ações da companhia recuaram cerca de 1,7% na Bolsa de Nova York (Nyse). A publicação da agência reacendeu o debate sobre a segurança do glifosato.
Para Dana Loomis, responsável pelo setor de monografias da IARC, “Nós estamos confiantes em que o nosso processo é rigoroso e transparente, baseado nos melhores dados científicos, e livre de um conflito de interesses”. O estudo foi produzido durante um ano, por 17 pesquisadores de 11 países diferentes.
A Monsanto pediu reunião com a direção da OMS e declarou que “Nós ficamos ultrajados com a publicação deste artigo”, disse o chefe de tecnologia da empresa em um anúncio publicado na segunda-feira (23/3).
Segundo pesquisas, o Brasil desde 2008 é o país que mais consome agrotóxico no mundo, embora não seja o campeão mundial de produção agrícola. Em 2013 foram consumidos um bilhão de litros de agrotóxicos no País – uma cota de 5 litros por habitante. No Brasil são usados agrotóxicos que foram proibidos em 1985 na União Européia, Estados Unidos e Canadá. Segundo classificação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em termos de toxicidade humana, o glifosato é de nível IV, isto é, ligeiramente tóxico.
Na Argentina o herbicida também é permitido. Em 2014, de acordo com estudos, foram usados em torno de 200 milhões de litros de glifosato em território argentino.
O Estudo “Tolerância a herbicidas e cultivos transgênicos”, publicado pelo Greenpeace International, em junho de 2011, aponta que uma crescente evidência científica questiona a segurança do glifosato e demonstra que os produtos à base da substância podem ter efeitos adversos sobre a saúde humana e animal. Apesar de promovido como “seguro”, o glifosato afetaria a biodiversidade, reduziria a fixação do nitrogênio e a absorção de micronutrientes essenciais aos cultivos.
O Ministério Público Federal (MPF) pediu em março deste ano a suspensão do uso do glifosato e mais 8 agrotóxicos como parationa metílica, lactofem, forato, carbofurano, abamectina, tiram, paraquate e o 2,4-D. A medida visa obrigar a Anvisa a reavaliar a toxidade de ingredientes ativos suspeitos de causar danos à saúde humana e ao meio ambiente.
Você pode encontrar mais dados nos links da matéria. Sugiro dar uma olhada neste:
http://www.greenpeace.org/argentina/Global/argentina/graphics/2015/general/MonographVolume112.pdf
importante o trabalho deste site e muito bem elaborado. Consolacion
Prezados, Poderiam me enviar o link do estudo para que possa estudá-lo ?Porque e um tema difícil e e necessário compreende-lo a partir dos dados.
Agradeço , Consolacion