MAB – Após muita cobrança, os moradores do bairro Independente II, conseguiram fazer com que a Norte Energia e a prefeitura de Altamira comparecessem a audiência pública no próprio bairro. O bairro está abaixo da cota 100m, região que será atingida diretamente pelo lago de Belo Monte, no entanto, a Norte Energia não considerava esse bairro como atingido, fato que despertou muita preocupação e aflição as mais de 200 famílias que moram nessa localidade.
A audiência, que reuniu cerca de 500 moradores, aconteceu na noite de segunda feira (23) e é o resultado das lutas que os moradores do bairro vem fazendo nos últimos meses, cuja principal mobilização foi a ocupação do escritório da Norte Energia e da Prefeitura Municipal de Altamira no final de janeiro.
Na audiência, a prefeitura responsabilizou completamente a Norte Energia pelo impacto no Independente II. Segundo o vice prefeito, Joel Mendes, “de quem é a obra? A obra é da Norte Energia, ela que se responsabilize”. O secretário de administração, Fabiano Bernardo, enfatizou que “a cota 100m só passou a existir depois que a Norte Energia veio pra Altamira, antes disso não tinha.”
A Norte Energia, representada pelo gerente de realocação fundiária Amauri Daros, insistiu em argumentar que a responsabilidade de resolver os problemas desses moradores deve ser compartilhada entre Norte Energia e prefeitura, e que apresentará um projeto de engenharia junto ao poder público no dia 03 de março para tentar solucionar o mais rápido possível o problema denunciado.
Os moradores saíram animados da audiência. Segundo a moradora Elaine “por mais que eles tenham vindo aqui sem uma resposta concreta, foi importante porque, se eles vão discutir uma proposta de projeto para o bairro, é porque agora eles passaram nos considerar como atingidos, e isso, por mais pequeno que ainda seja, é uma conquista importante da organização dos moradores junto ao MAB”.
Foi marcada uma nova audiência pública para o dia 06 de março para que a empresa e o órgão público municipal levem a resposta aos moradores, mas as famílias já deixaram claro que não aceitarão qualquer projeto.