Pará é campeão de assassinatos por questões fundiárias

Nova chacina reforça dados da CPT. Para advogado, morosidade do Executivo e do Judiciário acarreta conflitos no campo

Beth Begonha  – EBC

Seis pessoas foram assassinadas na área de Conceição do Araguaia, no Pará, em função de conflitos por terra numa fazenda destinada a assentamento. Segundo a polícia e testemunhas, os moradores vinham sofrendo ameaças e sendo incitados a deixar o lote que vinham ocupando há poucas semanas, na expectativa de serem assentados definitivamente assim que terminasse o processo em andamento no INCRA.

Essas mortes reforçam os dados disponibilizados pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), que afirmam que 70% dos crimes por questão fundiária acontecem na região amazônica, sendo o Pará o estado campeão nesse tipo de ocorrência. Para completar esse quadro dramático, os dados revelam que de quase 800 crimes desse tipo denunciados nos últimos anos, apenas 5% chegaram a conclusão e levaram os acusados a julgamento, sendo que dos 19 que foram condenados nenhum está preso, cumprem pena em liberdade, muitas vezes mantendo o clima de ameaça na região em que vivem.

Muito já se falou sobre um “consórcio do crime” que envolveria grileiros de todo tipo: madeireiros, fazendeiros, “donos de garimpo”, invasores de todos os tipos que se uniriam para dar fim à vida de lideranças locais.

O entrevistado do Amazônia Brasileira desta segunda-feira (23) é o advogado da CPT no Pará, José Batista. Ele fala aos ouvintes da Rádio Nacional sobre as razões desse último crime, essa chacina, e dá uma visão panorâmica dos conflitos de terra na Amazônia, que, como se pode constatar, seguem ceifando vidas, e deixando os culpados impunes.

O programa Amazônia Brasileira vai ao ar a partir das 08h na Rádio Nacional da Amazônia, em rede com a Rádio Nacional do Alto Solimões, onde é transmitido ao vivo às 05h. A produção e a apresentação são de Beth Begonha.

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Foto: Latifúndio – Carlos Alves / Wikimedia Commons

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