Vinícius Lisboa – Repórter da Agência Brasil
O risco relativo de um adolescente negro ser vítima de homicídio, em 2012, era quase três vezes maior que o de um branco. A conclusão é dos responsáveis por uma pesquisa feita pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o Observatório de Favelas e o Laboratório de Análise de Violência da Universidade do Estado do Rio.
De acordo com a pesquisa, os jovens negros de 12 a 18 anos correm 2,96 vezes mais risco de ser vítimas de homicídio. A taxa de risco é obtida da relação entre a taxa de homicídios em adolescentes brancos e negros. Em 2011, o número ficou em 3,08.
A diferença é a segunda menor da série iniciada em 2005. A maior foi em 2008, quando a possibilidade de homicídio era quatro vezes maior para negros. A pesquisa divulgada hoje (28) tem como base o banco de dados do DataSUS e os indicadores populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A ministra de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Nina Gomes, diz que a situação é complexa e envolve o enfrentamento do racismo: “Esse dado reafirma a urgência do debate sobre a igualdade racial e o enfrentamento do racismo. É uma questão de Estado, e não de municípios ou de determinados grupos.”
A ministra Ideli Salvatti, da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, considera os números preocupantes: “A desigualdade está caracterizada de forma muito clara no mapa da violência. Há desigualdade de raça, de gênero e com um corte de classe.”
A pesquisa mostra que os adolescentes do sexo masculino têm 11,92 vezes mais chances de ser mortos do que os do sexo feminino. A diferença cresceu em relação a 2011, quando era 10,3.
Outra conclusão do estudo é que as chances de morrer vítima de arma de fogo é 4,67 vezes maior do que por outros instrumentos, o menor patamar da série iniciada em 2005. Em 2009, o risco era 6,17 vezes maior.
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Foto: Ministra Nilma Gomes destaca que é preciso enfrentrar o racismo –