Acusados de execução foram condenados, mas os fazendeiros apontados como mandantes aguardam em liberdade. Chacina ocorreu em 28 de janeiro de 2004, vitimando três auditores fiscais e um motorista.
Daniele Silveira, Radioagência BdF
Na Semana Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, manifestações e atividades de conscientização cobram a punição e o fim desse tipo de crime. O Sindicato Nacional dos Auditores-fiscais do Trabalho (Sinait) realiza nesta quarta-feira (28) um ato público em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF). Os auditores reivindicam o julgamento dos acusados de serem os mandantes da Chacina de Unaí, que completa 11 anos.
No julgamento realizado em 2013, a então presidente do Sinait, Rosângela Rassy, já denunciava a omissão do Poder Público no julgamento do caso.
“A sociedade espera por este dia. E nós, auditores fiscais do trabalho em particular, porque nossa categoria ficou muito marcada por estes crimes, tendo em vista que não houve uma resposta imediata do Estado.”
Também na quarta-feira, a Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae) faz a primeira reunião ordinária de 2015.
Na cidade de Imperatriz (MA), um dos estados com maior número de registros de trabalho escravo, acontece a partir desta terça-feira (27) até sexta-feira (30) a primeira oficina estadual de multiplicadores, que devem atuar no combate ao crime. Também estão previstas atividades no Piauí e no Pará.
Até novembro de 2014 foram realizadas 124 operações de fiscalização, que abrangeram 220 estabelecimentos e resgataram 1.103 trabalhadores. Nesta semana, dados atualizados pelos fiscais serão divulgados.
A Chacina de Unai ocorreu em 28 de janeiro de 2004, quando três auditores fiscais e um motorista do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) foram assassinados durante uma autuação na zona rural de Unaí (MG). Três acusados de serem os executores foram condenados em 2013, mas os fazendeiros apontados como mandantes aguardam em liberdade.
Foto: Sinait.
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Enviada para Combate Racismo Ambiental por José Carlos.