Os novos desafios da luta de classes exige uma geração preparada para assumir as trincheiras da luta, com a indignação, rebeldia e energia que são características da juventude.
Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia , da Página do MST
Após 30 anos de luta pela terra pela Reforma Agrária e pela transformação social, o MST acumulou conhecimento, cultura e mística. Este patrimônio é o solo que fertiliza a formação de novos militantes.
Os novos desafios da luta de classes exigem uma geração preparada para assumir as trincheiras da luta, com a indignação, rebeldia e energia que são características da juventude.
O papel da juventude foi um dos temas debatidos durante o 27º Encontro Estadual do MST na Bahia, que aconteceu entre os dias 15 a 18/02, na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS).
Assim como existe luta pela terra protagonizada pelo Movimento, existe uma juventude Sem Terra que contribui e fortalece os espaços de mobilização e formação.
Para a direção estadual do MST da Bahia, “a luta ideológica acontece nas escolas, por meio de professoras que desrespeitam os alunos; da mídia, que invade as casas espalhando mentirosas ilusões de consumo; e em todos os lugares que a ideologia burguesa tenta humilhar os trabalhadores”.
Segundo os Sem Terra, a burguesia busca influenciar e direcionar a juventude através do debate ideológico do consumismo e individualismo, pressionando os jovens e tentando separar da história e da cultura camponesa.
“É na luta que os jovens se fazem Sem Terra, se descobrindo na participação dentro do movimento como trabalhadores rurais”, enfatiza.
A representação do Movimento na vida dos jovens é descrita de várias maneiras. Gerônimo, de 26 anos e do nordeste baiano, diz que “o Movimento ajuda a comunidade a crescer e ter reconhecimento na sociedade, além de proporcionar diversão e união dos jovens que lutam pelo mesmo objetivo”.
Já Crislane, de 16 e do extremo sul do estado, afirma que a luta da juventude “representa melhoria na vida e no caráter do próprio jovem, porque afasta a juventude da maldade, dos vícios e tentações que a sociedade oferece”.
Inserção da juventude
Um grande desafio encontrado dentro do MST na Bahia é a inserção da juventude dentro das instâncias da organização.
Para Sidnei, de 27 anos, “muitos dos jovens não participam da organização por falta de interesse, responsabilidade e insegurança, por vergonha de sofrer discriminação por parte de outros jovens da sociedade por estarem na luta dos Sem Terra.”
Pensando no fortalecimento da luta pela Reforma Agrária, Isabel, de 22, acredita que “a juventude tem que ter disponibilidade para participar das mobilizações, dos estudos, eventos para poder fortalecer o nosso Movimento, porque a juventude são os militantes que tem força, vigor e compromisso de fazer a luta avançar cada dia mais na sua trajetória de conquistas”.
Para ela, “todo mundo pode fazer tudo que pretender, basta correr atrás dos seus objetivos que com certeza os resultados virão”, acredita.
Diante destes desafios, que a juventude Sem Terra da Bahia se comprometeu em contribuir, durante o Encontro Estadual do MST no estado, na participação nas lutas populares. Ao final, afirmaram que estão se “preparando para levar em frente a luta do MST”.