Gina Pagu – Jornal Figueira
O choro de lamentação da índia Krenak na margem do rio Doce já dura mais de um mês. O sofrimento do povo que tem o rio como pai e mãe, como aquele que traz o sustento e aprendizado da vida indígena, ainda está latente. E não saber o que fazer, como agir daqui pra frente, é o pensamento único de uma tribo que une o senhor Euclides, de 105 anos – índio mais velho da tribo – e Isaque, um recém-nascido de um mês de vida. O mais velho viu o rio, ensinou a pesca e a natação para os filhos e netos. O bebê não poderá tão cedo ter o rio Doce no seu dia a dia para aprender a cultura e sobrevivência por meio deste ente querido.
Geovani Krenak explica que o rio é como uma religião. “Nosso povo mantém uma relação de crença muito forte com o rio e estamos totalmente desorientados com relação a como nos comportar diante da situação. Para nós é algo sagrado, é a natureza, mas é para nós mais que vida. (mais…)