O Ustra está morto. Viva a tortura!

O coronel Ustra teve a finalização das funções de seu corpo físico. Contudo, a máquina de triturar corpos e produzir medo, em meio à democracia, permanece

Por Edson Teles*, em Carta Maior

Morreu o coronel Ustra, comandante por quatro anos do maior centro de torturas do Exército brasileiro durante a ditadura, o Doi-Codi da rua Tutoia em São Paulo.

No pensamento político inglês do século XVI se estabeleceu a teoria dos dois corpos do Rei. Além do corpo físico e biológico comum a qualquer outro ser humano, o rei possuía um corpo místico, que nunca morria, simbólico e jurídico, indicando as funções de poder do reinado. Se o corpo natural estava exposto à morte, às perversões e à impunidade, o outro corpo definia-se pelas estratégias políticas. Por isto vemos em alguns filmes de época a expressão “O Rei está morto. Viva o Rei!”, demonstrando que as estruturas políticas permanecem apesar da morte do corpo físico que executava aquelas atividades próprias às suas engrenagens. (mais…)

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Há 40 anos, ditadura militar matava o jornalista Vladimir Herzog sob tortura

Homenagens começam neste domingo, 25, às 14h30, com missa na Catedral da Sé

Por Lúcia Rodrigues, en Caros Amigos

A morte sob tortura do jornalista Vladimir Herzog, o Vlado, há 40 anos, no dia 25 de outubro de 1975, no DOI-Codi de São Paulo, o principal centro de repressão do país, começou a fazer ruir a ditadura militar. A comoção tomou conta da sociedade e o culto ecumênico de sétimo dia realizado na Catedral da Sé, no centro da capital paulista, reuniu milhares de pessoas e acabou se convertendo na primeira manifestação de massas desde o Ato Institucional número 5 (AI-5), que considerava subversão qualquer reunião com mais de mais três pessoas. (mais…)

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Documentário inédito dá voz às mulheres que lutaram na Ditadura Militar

Por Tamiris Gomes, em Catraca Livre

Após 12 anos de intensa produção, as diretoras Danielle Gaspar e Krishna Tavares trazem à tona o depoimento de mulheres que lutaram na Ditadura Militar do Brasil, no documentário batizado de “Atrás de Portas Fechadas”. São 73 minutos em que o público mergulha em um registro histórico sobre ex-militantes de organizações que protestavam pela participação política contra a repressão.

A ideia do projeto nasceu de um TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) quando as duas ainda cursavam a faculdade de jornalismo na PUC-Campinas, em 2003. (mais…)

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Coronel Ustra e outros carniceiros de gente que morreram felizes por aqui, por Leonardo Sakamoto

No Blog do Sakamoto

Quando o ex-ditador argentino Jorge Videla morreu aos 87 anos de “causas naturais”, ele cumpria pena de prisão perpétua no Centro Penitenciário Marcos Paz por cometer crimes de lesa humanidade.

O carniceiro comandou o golpe de março de 1976, que derrubou o regime democrático, e coordenou a repressão entre 1976 e 1983 – quando mais de 30 mil pessoas foram assassinadas por questões políticas, e centenas de bebês de ativistas foram sequestrados ou desapareceram. Em 2010, foi condenado à prisão perpétua, depois de ter sido condenado e anistiado anteriormente. Videla chegou a confessar que as mortes foram necessárias. (mais…)

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Com a morte de Ustra, a impunidade venceu a justiça

Dia triste para todos familiares de mortos e desaparecidos sob as ordens do ex-comandante do DOI-Codi. E para os que sobreviveram às torturas. Porque Ustra morreu num hospital e não na prisão

Por , Ponte Jornalismo

Hoje é um dia triste. Morreu, nesta quinta-feira, (15/10), aos 83 anos, Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-comandante do DOI-Codi, um dos maiores centros de tortura da ditadura civil-militar.  Viveu 60 anos a mais do que meu tio, Luiz Eduardo da Rocha Merlino, a quem ele impediu de seguir sua vida ao comandar as intermináveis sessões de tortura que o levaram à morte, em 19 de julho de 1971. Ustra morreu de “morte morrida” e não de “morte matada”, como suas vítimas. (mais…)

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Brasil anistia professores perseguidos pela ditadura

Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil

A Comissão de Anistia fez hoje (14) um pedido de desculpas oficial do governo brasileiro a professores perseguidos pela ditadura militar. O pedido ocorreu durante sessão de julgamento temática, por ocasião do Dia dos Professores. Os professores presentes, Ana Maria Pinho Leite Gordon, Mariluce Moura e Adriano Diogo, foram anistiados e puderam dar seu testemunho sobre experiências vividas durante o período militar. (mais…)

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40 anos da Operação Condor: debate fortalece cooperação em direitos humanos

Ana Clara Jovino – Adital

Cerca de 150 representantes de entidades e organizações de direitos humanos e vítimas das ditaduras latino-americanas, instaladas nos anos de 1960-1980 se reuniram em Brasília, para debater os avanços e retrocessos após 40 anos da Operação Condor. O encontro gerou um debate sobre políticas públicas em torno da defesa da verdade, da memória e da justiça na região. (mais…)

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Em audiências de custódia presos denunciam torturas por parte de policiais em São Paulo

Ana Clara Jovino – Adital

Ao contrário da declaração que o secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Alexandre de Moraes, deu em entrevista à imprensa, apenas no mês de agosto deste ano, foram registrados 45 relatos de presos afirmando que foram vítimas de ações violentas da polícia. O secretário havia afirmado que, nos seis primeiros meses de vigência do projeto das Audiências de Custódia, em São Paulo, nenhum caso foi registrado. (mais…)

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STF nega liberdade a sargento da PM do RJ acusado de torturar Amarildo

Reinaldo Gonçalves responde por 3 crimes no processo sobre o pedreiro. Para ministro do STF, manutenção da prisão visa garantir a ordem pública.

G1 Rio

O Supremo Tribunal Federal (STF) negou o pedido de revogação da prisão preventiva do sargento da Polícia Militar do Rio de Janeiro Reinaldo Gonçalves dos Santos, um dos 25 PMs envolvidos no desaparecimento e morte do pedreiro Amarildo de Souza. (mais…)

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A Universidade e os crimes contra os índios, por José Ribamar Bessa Freire

Em Taqui Pra Ti

“Nesta hora que estamos conversando aqui alguém deve estar matando um índio, só que nós só vamos saber muito mais tarde, quando o índio já está morto. É a cobiça da terra, a cobiça do subsolo e a cobiça das riquezas naturais” (Noel Nutels, CPI do Índio, 20/11/1968).

A universidade começa a pesquisar o Relatório Figueiredo, um conjunto documental de 30 volumes com mais de 7 mil páginas que ficou esquecido durante quarenta e cinco anos e que trata dos crimes cometidos contra os índios. Na quinta-feira (27), uma dissertação de mestrado foi defendida na Pós-Graduação em Memória Social da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) por Elena Guimarães. Antes, na terça (25), foi o exame de qualificação de André Luís Sant’Anna no Mestrado em Relações Étnicorraciais do Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET-RJ). (mais…)

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