Elaine Tavares – Palavras Insurgentes
Era 1988 e eu vi a Praia Brava em Florianópolis pela primeira vez. Eu e minha amiga Roseméri. Subimos o morrinho à pé. Não havia estrada. Era um caminho. E tão logo a gente chegava ao topo, aquela vista estupenda se descortinava: o mar, revolto, mexido, e uma branca faixa de areia ladeada pelo verde da mata. Era como chegar ao paraíso. A gente descia o caminho e ali ficava, reverente, diante de tanta beleza. Hoje, 26 anos depois, como encontrar a beleza por lá? Os prédios, gigantes, tiraram a visão da praia, e ali ficam, como monstros, despidos do verde e de tudo aquilo que fazia da praia um lugar de sonho. “É o progresso”, dizem os vendilhões. “É a destruição e a privatização da praia”, digo eu. (mais…)
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