O historiador Rafael de Bivar Marquese discute a escravidão no século XIX e o tráfico transatlântico negreiro, iniciados com a descoberta das Américas e do Caribe. Professor do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP), Marquese é autor, entre outros, de “Feitores do corpo, missionários da mente. Senhores, letrados e controle dos escravos nas Américas, 1660-1860″ (Companhia das Letras, 2004). (mais…)
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Por mais histórias
Projeto defende a valorização do legado cultural da presença negra no Brasil e espalha pelo estado do Rio de Janeiro iniciativas que marcam a história da última geração de africanos escravizados no Sudeste
Iara Pinheiro – Instituto Ciência Hoje/ RJ
Pense rápido: a quantos filmes brasileiros você já assistiu com protagonistas negros? Se excluirmos dessa lista os que tenham como tema a pobreza, a favela e o tráfico de drogas, quantos sobram? Bem, esse é apenas um dos sintomas da permanência do racismo na sociedade brasileira. Mais de um século após a abolição da escravidão, o projeto Passados Presentes visa ampliar o leque de representação e de identificação da cultura negra, para que esta não se restrinja à narrativa de submissão e enfatize o histórico de lutas e a intensa produção cultural que sobreviveu, apesar de toda repressão. (mais…)
Quando São Paulo repete a ditadura
Ao impor sigilo sobre políticas públicas essenciais, governo paulista pretende impedir sociedade de avaliar o que não vê. Lógica é idêntica à adotada pelos governos pós-1964
Por Flávio Siqueira Jr – Outras Palavras
Concebia na década de 1970, uma das teorias de análise de políticas públicas mostra que as soluções encontradas pelos tomadores de decisão não necessariamente guardam relação com o problema apresentado. Esse modelo teórico foi chamado de “garbage can” ou lata de lixo, pois mostra que as soluções não implementadas são jogadas no lixo; mas tempos depois, diante de novos problemas, os tomadores de decisão reviram a lata de lixo para encontrar aquela proposta pronta e aplicá-la ao novo problema. Ou seja, haverá sempre uma solução pronta esperando a oportunidade de ser usada. (mais…)
Major Curió confessa à Justiça que matou prisioneiros no Araguaia
Em um depoimento inédito à Justiça Federal, Sebastião Rodrigues de Moura, 77 anos, o Major Curió, revelou que matou dois prisioneiros da Guerrilha do Araguaia no início da década de 70, durante o regime militar
Leandro Mazzini, do UOL / CPT
A audiência em segredo de Justiça ocorreu ontem na 1ª Vara Federal de Brasília, sob comando da juíza Solange Salgado. Curió enviara atestado médico para não comparecer, mas a juíza recusou e expediu mandado de condução coercitiva e a Polícia Federal buscou Curió em casa. (mais…)
Coronel Ustra e outros carniceiros de gente que morreram felizes por aqui, por Leonardo Sakamoto
Quando o ex-ditador argentino Jorge Videla morreu aos 87 anos de “causas naturais”, ele cumpria pena de prisão perpétua no Centro Penitenciário Marcos Paz por cometer crimes de lesa humanidade.
O carniceiro comandou o golpe de março de 1976, que derrubou o regime democrático, e coordenou a repressão entre 1976 e 1983 – quando mais de 30 mil pessoas foram assassinadas por questões políticas, e centenas de bebês de ativistas foram sequestrados ou desapareceram. Em 2010, foi condenado à prisão perpétua, depois de ter sido condenado e anistiado anteriormente. Videla chegou a confessar que as mortes foram necessárias. (mais…)
Com a morte de Ustra, a impunidade venceu a justiça
Dia triste para todos familiares de mortos e desaparecidos sob as ordens do ex-comandante do DOI-Codi. E para os que sobreviveram às torturas. Porque Ustra morreu num hospital e não na prisão
Por Tatiana Merlino, Ponte Jornalismo
Hoje é um dia triste. Morreu, nesta quinta-feira, (15/10), aos 83 anos, Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-comandante do DOI-Codi, um dos maiores centros de tortura da ditadura civil-militar. Viveu 60 anos a mais do que meu tio, Luiz Eduardo da Rocha Merlino, a quem ele impediu de seguir sua vida ao comandar as intermináveis sessões de tortura que o levaram à morte, em 19 de julho de 1971. Ustra morreu de “morte morrida” e não de “morte matada”, como suas vítimas. (mais…)
Brasil anistia professores perseguidos pela ditadura
Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil
A Comissão de Anistia fez hoje (14) um pedido de desculpas oficial do governo brasileiro a professores perseguidos pela ditadura militar. O pedido ocorreu durante sessão de julgamento temática, por ocasião do Dia dos Professores. Os professores presentes, Ana Maria Pinho Leite Gordon, Mariluce Moura e Adriano Diogo, foram anistiados e puderam dar seu testemunho sobre experiências vividas durante o período militar. (mais…)
12 de outubro de 1492 – o começo do massacre
Elaine Tavares – Palavras Insurgentes
Contam que foi assim. Naquele outubro de 1492, fazia um dia lindo de sol no mar dos Caraíbas e os arawakes observaram as estranhas embarcações que se aproximavam. Quando perceberam que ali vinham homens, correram para recebê-los com água, comida e desejos de boas vindas. Mas, toda essa hospitalidade foi logo entendida como fraqueza e é assim que descreve Colombo em seu diário, o povo que, de braços abertos, o acolheu: “Trouxeram louros, bolas de algodão, lanças e outras coisas que trocaram conosco por contas de vidro. Não tiveram qualquer inconveniente em nos dar tudo o que possuíam… Eram de forte constituição, corpos bem feitos e boas feições… Não carregam armas de fogo, não as conhecem. Ao tocarem numa espada, a tomaram pela lâmina e se cortaram sem saber o que fazer com ela. Não trabalham o ferro. Suas lanças são feitas de taquara… Seriam uns criados magníficos… Com cinquenta homens os subjugaríamos e com eles faríamos o que quiséssemos”. Já neste breve escrito pode-se perceber qual a lógica da armada de Cristóvão Colombo: a cobiça e o desejo de dominar. Tanto que nas primeiras tentativas de conversa com os nativos das Antilhas, onde aportaram, a primeira pergunta que sofregamente repetiam os espanhóis era: “onde está o ouro?” (mais…)
12 de octubre: “Día de los Pueblos Originarios y del Diálogo Intercultural” + A versão de Eduardo Galeano
Servindi, 12 de octubre, 2015
Hace 523 años, con el financiamiento de los Reyes Católicos de España, el navegante genovés Cristóbal Colón llegó a la isla de Guanahaní, en el archipiélago de las Bahamas, creyendo haber llegado a la India y otras regiones de Asia oriental.
A pesar de que Colón desconocía que estas tierras correspondían a un “nuevo continente”, su arribo significó el comienzo de la colonización y el abuso contra los nativos americanos por parte de los europeos, además de la expropiación de sus tierras y recursos. (mais…)