Para o psicanalista e professor da Universidade de São Paulo (USP) Christian Dunker, a falta de um “período de luto” dos derrotados nas eleições de 2014 possibilitou a consolidação de uma cultura do ódio que pode ter origens mais profundas que o cenário político sugere
Por Glauco Faria, na Revista Fórum
“Emerge uma lógica que não é mais negocial, de reconhecer o outro, que vira alguém que tem que ser excluído. Daí a força que a lógica do condomínio tem nesse momento. Temos que por para fora, ‘limpar’, purificar.” É assim que o psicanalista e professor da Universidade de São Paulo (USP) Christian Dunker analisa o momento em que a cultura do ódio se tornou mais explícita no Brasil, o cenário pós-eleitoral vivido em 2014. Para ele, a falta de um “período de luto”, no qual os derrotados avaliam as razões da perda e chegam mesmo a se reinventar, foi substituído pela criação de um inimigo. (mais…)
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