Comunidade rural não dorme com medo de barragem ceder

Suspeitas de trincas em estrutura e questionamento do MPMG reforçam temor

João Renato Faria – O Tempo

Conceição do Mato Dentro. Quando a dona de casa Marlene Carvalho, 59, passa as mãos calejadas pelo rosto, fica evidente que ela está cansada. Desde o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, na região Central de Minas, no último dia 5, ela não consegue dormir direito. O medo é que a tragédia que devastou o distrito de Bento Rodrigues se repita na sua casa, que fica na comunidade de Água Quente, em Conceição do Mato Dentro. Apesar de estar oficialmente na região do Alto Jequitinhonha, a cidade fica a 167 km da capital. O imóvel simples será um dos primeiros a serem atingidos pela onda de rejeitos caso a barragem construída há cerca de dois anos, como parte da operação Minas-Rio, da mineradora Anglo American, ceda. Todo o vilarejo seria soterrado em nove minutos. (mais…)

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Instabilidade de barragens ameaça hidrelétrica em Minas

Inoperante e assoreada após rompimento da Barragem do Fundão, Usina de Candonga traz prejuízos e preocupação à população de Santa Cruz do Escalvado

Gustavo Werneck – Estado de Minas

Santa Cruz do Escalvado – A preocupação e a lama viajam juntas pela Bacia do Rio Doce desde o rompimento da Barragem do Fundão, pertencente à mineradora Samarco, em 5 de novembro, em Bento Rodrigues, subdistrito de Mariana. Desta vez, elas aportam em Santa Cruz do Escalvado, na Zona da Mata, onde a Usina Hidrelétrica Risoleta Neves (Candonga) paralisou suas atividades após o desastre. (mais…)

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Belo Monte. Atualização do processo de destruição dos povos indígenas. Entrevista especial com Thais Santi

“O que mais assusta em Belo Monte é justamente a naturalização. Não de um genocídio ou de uma violência de sangue, mas de um etnocídio praticado sob a égide de um Estado constitucional, em que o direito não põe limite ao ‘tudo é possível'”, alerta a procuradora

Por João Vitor Santos – IHU On-Line

“Acessar essas comunidades é ter a possibilidade de descobrir uma nova dimensão de existência, em que o tempo tem outro ritmo, o rio tem outro significado, a natureza integra a vida.” É assim que a procuradora federal Thais Santi descreve o que chama de “experiência” de trabalhar em Altamira, no Pará. (mais…)

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País precisa restaurar ‘ciclo das águas’ para enfrentar crise de dimensão nacional. Entrevista com Roberto Malvezzi

“A crise não é produto de um só fator, mas resulta de um processo histórico de destruição dos elementos fundamentais que garantiam o ciclo das águas”, avalia Roberto Malvezzi, da Pastoral da Terra

por Helder Lima, da RBA

A crise de abastecimento de água vivida hoje pelo país, que também afeta a produção de energia hidrelétrica, tem um horizonte que vai além da seca histórica pela qual o país passa. “A crise não é produto de um só fator, mas resulta de um processo histórico de destruição dos elementos fundamentais que garantiam o ciclo das águas”, avalia Roberto Malvezzi, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), em Juazeiro, na Bahia. (mais…)

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Perto de vencer os efeitos da seca, moradores de Linhares sofrem agora com a lama

Antes, Rio Doce não chegava mais ao mar no Espírito Santo, impendindo a pesca. Agora, os rejeitos de minério da Samarco tiram o sustento dos pescadores

Por Mateus Parreiras, enviado especial do EM

Linhares (ES) – O licenciamento ambiental já estava aprovado. O projeto estava autorizado pela Prefeitura de Linhares (ES) e, em poucos dias, as máquinas começariam a trabalhar. A previsão era de que, em algumas semanas, a barra formada pelo assoreamento da foz do Rio Doce, que impedia sua saída natural para o mar, seria desmanchada. “A gente (pescadores) já estava imaginando nossos barcos podendo atravessar novamente a barra para o mar. O encontro do rio com o mar era um ótimo lugar para peixes”, conta o pescador Ademar Paulino Sampaio, de 55 anos. Mas não adiantou vencer os efeitos da seca e da estiagem. Antes que um só saco de areia fosse removido da foz ocorreu o rompimento da barragem da Samarco em Mariana, na Região Central de Minas, e mais de 60 toneladas de rejeitos de minério escoaram para o Rio Doce. “A gente ficou torcendo para o mar segurar a lama. A força do mar abriu outra barra, então eu achava que ia conseguir parar a sujeirada, mas nem o mar conseguiu. Agora não podemos mais pescar nem no rio nem no mar”, disse Ademar. (mais…)

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Onze inquéritos apuram responsabilidades pelo rompimento de barragem da Samarco

Mineradora é alvo de investigações conduzidas pela Polícia Civil, PF, Ministério Público de MG, Ministério Público Federal e outros órgãos que apuram rompimento de barragem

Por Guilherme Paranaíba, no Estado de Minas

Quase um mês depois da tragédia de Mariana, as autoridades mineiras criaram pelo menos 13 frentes principais de investigação para apurar as responsabilidades pelo rompimento de uma das barragens da Samarco em Bento Rodrigues, com possibilidades de desdobramentos em outras frentes. O maior objetivo é encontrar os responsáveis pelas 11 mortes já confirmadas, dois corpos sem identificação e oito pessoas desaparecidas,  por crimes ambientais contra a fauna e contra a flora e poluição dos rios, além de exigir a reparação de todos os danos na esfera civil e também garantir as punições administrativas com a aplicação de multas. (mais…)

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ES – Entidades se reúnem para monitorar ações aos impactos da lama de rejeitos no rio Doce

Por Lívia Francez, no Século Diário

Um conjunto de 55 entidades da sociedade civil compõe o Fórum Capixaba de Entidades em Defesa da Bacia do Rio Doce, criado para monitorar as ações da Samarco/Vale para a mitigação dos impactos provocados pelo rompimento da barragem da mineradora em Minas Gerais. A lama de rejeitos de mineração percorreu todo o trecho do rio Doce até a foz, em Regência, município de Linhares (norte do Estado), e já avançou dez quilômetros mar adentro, 35 quilômetros ao norte, e seis ao sul. (mais…)

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MG – Mariana: a Chernobyl brasileira

Do distrito de Bento Rodrigues, destruído pela lama, sobraram ruínas e lembranças

Por Ana Lúcia Azevedo, em O Globo

MARIANA (MG) — Toda noite, Antônio Alves senta-se sob um manacá no mesmo banco da Praça Gomes Freire, em Mariana. Para sentir “o cheiro do pertencimento, buscar a vida que tinha”. O perfume das flores lembra a seu Antônio, de 69 anos, sua terra, varrida deste mundo. Ele era de Bento Rodrigues, o distrito rural de Mariana tragado pela tsunami de lama e rejeitos de minério de ferro, no último dia 5, no maior desastre ambiental da História do Brasil.

Os manacás e tudo mais no povoado do século XVIII se perderam sob o mar de lama. Bento, como chamavam os moradores, se tornou uma Chernobyl brasileira. Não há contaminação radioativa, como na cidade ucraniana. Não há mais nada. Só a onipresente lama, que condenou Bento Rodrigues à desolação. (mais…)

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Rejeitos da barragem da Samarco levaram pouco tempo para espalhar devastação e morte, mas dinheiro para reparar danos vira novela

A mineradora não depositou a totalidade da primeira parcela da caução determinada pela justiça

Por  Paulo Henrique Lobato (enviado especial) , Rodrigo Melo, em EM

Diferente da velocidade com que o tsunami de rejeitos de minério da barragem da Samarco se deslocou causando a maior catástrofe ambiental do país, o dinheiro para reparação dos danos se move a passos trôpegos. A mineradora, que teve lucro líquido de R$ 2,8 bilhões em 2014, não depositou a totalidade da primeira parcela (R$ 500 milhões) da caução de R$ 1 bilhão acordada com o Ministério Público Federal (MPF) e com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), em termo de compromisso preliminar. Pelo atraso, a mineradora deve pagar R$ 1,2 milhão. Em nota, a empresa justificou ter emitido ordem para depósito dos R$ 500 milhões, mas argumentou que decisão judicial impediu que R$ 292 milhões chegassem ao destino. Trata-se de liminar concedida pela Justiça em Mariana, a pedido do próprio MP estadual, para que R$ 300 milhões fossem bloqueados para uso emergencial no reparo aos danos. (mais…)

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Prefeito prevê caos em Mariana ante anúncio da Samarco (Vale/BHP) de que não pagará funcionários e fornecedores

Duarte Júnior criticou a mineradora que suspendeu pagamento a funcionários e servidores

Por  Gustavo Werneck , Carolina Cotta, em Estado de Minas

A decisão da Samarco de não pagar fornecedores e funcionários na segunda-feira, anunciada na noite de sexta-feira, por causa do bloqueio de suas contas, determinado pela Justiça, “vai provocar o caos em Mariana”. A afirmação é do prefeito Duarte Júnior, que criticou duramente a mineradora: “A empresa falhou ao emitir esta nota. Imaginem a situação dos donos de hotel, quem serve refeição, enfim, todo mundo que precisa receber. O problema do bloqueio deve ser resolvido com o MP, a Justiça”, disse. (mais…)

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