Juiz Federal em Xapecó, SC, extingue ação do MPF/Funai contra Diário Catarinense, em defesa de indígenas

Por Jomar Martins, em Consultor Jurídico

O Ministério Público Federal só é legítimo para ajuizar ação civil pública por direito de resposta contra reportagem sobre índios se provar danos coletivos. E porque o MPF de Santa Catarina não conseguiu fazer esta prova, a 1ª Vara Federal de Chapecó extinguiu, sem resolver o mérito, a Ação Civil Pública manejada contra o Diário Catarinense, editado em Florianópolis. O MPF queria a publicação integral da ‘‘retificação’’ de uma matéria que tratava dos habitantes da terra indígena Xapecó.

O juiz Gueverson Rogério Farias disse que, no caso, não houve prova de dano concreto aos interesses dos indígenas, portanto a ação é incabível. “Embora seja possível reconhecer a falta de precisão em algumas informações divulgadas assim como o acerto da abordagem do tema feita pelo DC, tenho que não é possível extrair de seu teor um dano àquela comunidade ou aos indígenas em geral”, escreveu na sentença. (mais…)

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De Envolvimento, Meio Ambiente e Interesse Público, por Carlos Walter Porto-Gonçalves(1)

Dedico esse artigo aos 80 analistas ambientais da Coordenação-Geral de Petróleo e Gás (CGPEG) do IBAMA, com experiência acumulada em mais de 13 anos na condução, análise e acompanhamento dos processos de Licenciamento de atividades realizadas no ambiente marinho brasileiro cuja independência a serviço do interesse público se encontra ameaçada.

Há, pelo menos, duas maneiras de entender o papel do Estado em sua relação com a sociedade. Uma, que vê o Estado como um aparato políticoadministrativo que encerra o poder das classes dominantes sobre o conjunto da sociedade e; outra, que vê o Estado como uma instância de regulação/mediação dos pactos socialmente conformados que encerrariam o que, nesse caso, se vê como interesse público. No primeiro caso, os interesses privados se sobrepõem ao interesse geral, público, podendo mesmo ser, no limite, um Estado patrimonialista/cartorial. Nesse caso, como bem definira Raimundo Faoro, temos Os Donos do Poder onde a parceria público-privado, como se diz hoje, nos dera o fidalgo, palavra que deriva de filhos de alguém (fi’ d’algo), quando o Estado concedia aos filhos de alguém as encomiendas, as capitanias hereditárias, as terras para serem ocupadas/produtivas. Ainda hoje, no Brasil, sabemos como se dão as concessões de canais de rádio e televisão aos “amigos do rei”, verdadeiros fi’d’algos. (mais…)

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Povo indígena Ka’apor integra tecnologia no monitoramento e proteção do seu território tradicional

Em parceria com o Greenpeace, indígenas aprendem a usar armadilhas fotográficas e rastreadores para combater a invasão de madeireiros na TI Alto Turiaçu, no Maranhão

No Greenpeace

No final de agosto de 2015, ativistas do Greenpeace trabalharam com 12 lideranças Ka’apor, moradores da Terra Indígena Alto Turiaçu, no norte do Maranhão, para começar a integrar o uso de tecnologia às atividades autônomas de monitoramento e proteção do seu território tradicional. Entre as ferramentas sugeridas e adotadas na ação pelas lideranças Ka’apor estão mapas mais precisos, armadilhas fotográficas e rastreadores via satélite.  (mais…)

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Carta de Correntina – “Cerrado em Pé: a Vida brota das Águas”

Por ocasião da Semana do Cerrado, reunimo-nos em Correntina-BA, de 07 a 11 de setembro de 2015, em Mobilizações nas Comunidades e Escolas, no IV Seminário e na II Romaria do Cerrado, representantes de comunidades geraiseiras, fundos e fechos de pasto, quilombolas, estudantes, professores, agentes pastorais, sindicalistas, gestores públicos, vereadores, militantes socioambientais do campo e da cidade, de entidades e movimentos populares, do Oeste Baiano e de outras regiões. Contamos no seminário com 82 pessoas, de 21 entidades. Na romaria, cerca de 2.000 pessoas, de 24 municípios.

Trocamos informações e experiências sobre a situação dos Cerrados em que vivemos e que lutamos para defender, e combinamos novas estratégias e ações para avanço desta luta. Visitamos a comunidade geraiseira de Salto, próxima à cidade, e nos animamos com sua defesa do território, com suas matas, águas e tradições culturais e religiosas. Percorremos as ruas da cidade em romaria clamando a Deus e às pessoas de bem pela defesa dos Cerrados que restam. Por esta carta dirigimo-nos às autoridades, aos nossos parceiros e aliados e ao povo geral para dar conta destas atividades e do que elas nos instigaram a denunciar e anunciar. “Se eles se calarem, as pedras gritarão!”, diz o Evangelho de Lucas 19, 40. (mais…)

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Nota de Repúdio ao Governo do Estado de Roraima

Nós, do Movimento indígena de Roraima mobilizados desde dia 10 de agosto, na Praça do Centro Cívico, com a participação dos povos indígenas Macuxi, Wapichana, Taurepang, Ingarikó, Yanomami, Yekuana, Wai-Wai, Sapará e Patamona, REPUDIAMOS a atitude da Governadora Suely Campos e sua assessoria durante o processo de diálogo com a comissão indígena na tarde do dia 10 de setembro.

Durante o processo de diálogo com a Governadora, quando os encaminhamentos estavam avançando de forma tranquila,  inesperadamente, o senhor Neudo Campos de forma arrogante, autoritária e discriminatória tomou a palavra, impondo condições para o fim do diálogo, alegando que após as “negociações o movimento indígena não poderia mais fazer manifestação contra o governo” (fala de Neudo Campos). Caso contrário, a “negociação voltaria a estaca zero”. (mais…)

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MA – Ka’apor vigiam território com câmeras e trocam cacique por grupo de conselheiros

Nota: aparentemente este é apenas um trecho da matéria original de Isadora Brant, que devia ser ótima. E o vídeo divulga importantes denúncias dos Ka’apor. (TP)

Por Isadora Brant, da Folha Press, em Tribuna do Norte

Conselhos formados por índios no lugar de caciques, como a Funai exigia, além de autonomia para escolher os próprios professores e agentes de saúde, são exemplos de mudanças que os Ka’apor conseguiram implementar.

‘Os Ka’apor vivem um processo de descolonização imposta pelo Estado, reconstruindo sua cultura a partir dos próprios princípios, isso deveria ser apoiado pelo poder público. Esse processo tem se traduzido em melhoria de vida‘, afirma Rosimeire Diniz, do Conselho Indigenista Missionário do Maranhão, sobre os Ka’apor. (mais…)

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Caciques Krahô comunicam que a etnia não participará dos Jogos Mundiais Indígenas: “A organização do evento não respeita o nosso povo”

Por Nayara Rodrigues, no Conexão Tocantins

Os indígenas da etnia Krahô do Tocantins não participarão dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas (JMI) que acontecerão em Palmas do dia 23 de outubro até 1º de novembro próximos. A informação foi confirmada por meio do ofício de n° 03/2015 encaminhado nesta última quinta-feira, 10, ao articulador dos JMI, Carlos Terena, informando a decisão da União dos Caciques Krahô. Os caciques justificam que a organização do evento não respeita o povo indígena e ainda, que os organizadores do evento usam o nome e a imagem do povo indígena para se promover. “Para promover a sua própria imagem como gestores que apoiam o nosso povo e a causa indígena, o que não é verdade”, posiciona a União dos Caciques em ofício. (mais…)

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Apelo Urgente: famílias de trabalhadoras e trabalhadores rurais ameaçados pedem socorro no MA

Por Justiça Global

As famílias de trabalhadores e trabalhadoras rurais da comunidade Brejinho do Rio das Onças II, no Município de Bom Jardim, Estado do Maranhão, pedem socorro.

São 33 núcleos familiares que são vítimas de criminosos ambientais que atuam na região: madeireiros, fazendeiros e grileiros de terras que fazem extração ilegal de madeiras da Reserva Biológica do Gurupi e das terras indígenas localizadas próximas a esta comunidade. No dia 25 de agosto de 2015, o seu representante e presidente da Associação dos Pequenos Produtores Rurais, Raimundo dos Santos, foi assassinado com 12 tiros e a golpes de facão que lhe deceparam a cabeça, em uma emboscada. Deixaram sua esposa gravemente ferida com 06 tiros e ainda se encontra internada. (mais…)

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Aty Guasu vê em PEC 71 reparação aos fazendeiros, mas e aos povos indígenas?

No Cimi

Nota pública de Aty Guasu do grande povo Guarani e Kaiowá aos poderes do Estado brasileiro

Nós, povos indígenas, reivindicamos indenização e reparação.

Com a aprovação da lei federal (PEC 71/2011) da regularização de compra e venda das terras indígenas, mais uma vez as lideranças de Aty Guasu Guarani e Kaiowá exigem aos poderes do Estado brasileiro uma política de indenização e reparação justas aos povos indígenas massacrados sobreviventes. Pedimos reiteradamente aos poderes do Estado brasileiro a apreciação urgente de uma política compensatória aos povos indígenas por vender as terras indígenas e por permitir a expulsão violenta dos indígenas de suas terras, por trabalhos escravos indígenas, por financiar a destruição total da floresta e rios, por permitir as ações de genocídio, etnocídio, extermínio e violências permanentes contra os povos indígenas. Demandamos aos sistemas do Estado brasileiro uma medida indenizatória e compensatória urgente aos povos indígenas massacrados pelos danos morais, culturais e materiais sofridos desde XX que perduram até os dias de hoje setembro de 2015, no século XXI. (mais…)

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RS: Terra Indígena Guarani do Mato Preto é perseguida da justiça

Por O Indigenista

A Terra Indígena Guarani Mato Preto, nos municípios de Erechim, Erebango e Getúlio Vargas, no Rio Grande do Sul, com 4.230 ha, já com Portaria Declaratória desde 2012, foi ameaçada na Justiça Federal por decisão em 1a instância por Ação Popular 5004427-72.2012.4.04.7117 pediu a suspensão da demarcação da TI pela Funai.

A decisão apreciou os autos que vão desde acusações de que a Antropóloga responsável pelo Relatório de Identificação “seria amiga de uma das indígenas”, e que também teria usado “alucinógenos para identificar a terra”, entre outros absurdos. Estas acusações foram rechaçadas pelo juiz que as considerou irrelevantes, e se atentou aos pontos referentes às definições do que seja “terra indígena tradicional” e o “marco temporal” para se reconhecer a presença indígena. (mais…)

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