Por Mariana Olívia
O documentário apresenta alguns dos impactos e injustiças socioambientais gerados no entorno do Complexo Portuário de Suape, principalmente relacionados com a retomada de investimento através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que financiou a construção de novas indústrias e empreendimentos como, a Refinaria Abreu e Lima, Os Estaleiros Promar e Atlântico Sul e a Petroquímica.
Desenvolvido pela equipe do Laboratório de Saúde Ambiente e Trabalho do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães/Fiocruz, a produção do documentário aconteceu no período de 2011 e 2015, sendo uma parte dos resultados da pesquisa “Estratégias de Comunicação para a construção de territórios sustentáveis no contexto da cadeia produtiva do petróleo em Pernambuco – uma abordagem de saúde ambiental”. Além do produto audiovisual, o resultado da pesquisa pode ser acompanhado através de monografias, dissertações e artigos científicos que também estão disponíveis na internet.
Ao redor do Complexo Portuário de Suape, vivem comunidades que lutam para terem sua moradia e sua identidade reconhecidas. Utilizando de forma unilateral o conceito de desenvolvimento, as empresas cometem injustiças com a população local. Enquanto na mídia tradicional a maioria das notícias está relacionada ao crescimento econômico de Pernambuco, famílias que vivem no território daquela região há décadas sofrem com a desterritorialização do local, além de enfrentarem outros problemas de cunho ambiental e de saúde. O documentário busca questionar tais ações e mostrar a realidade das pessoas que vivem em Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho, cidades onde o complexo industrial está instalado.
O filme conta com depoimentos de moradores, entidades e pesquisadores, que trazem um rico debate acerca das consequências do desenvolvimento na região, perspectivas para o futuro, além de abordar questões relacionadas ao bem-estar da população local. A direção é de Mariana Olívia e o roteiro é dividido com a pesquisadora Lia Giraldo.