Duarte Júnior criticou a mineradora que suspendeu pagamento a funcionários e servidores
Por Gustavo Werneck , Carolina Cotta, em Estado de Minas
A decisão da Samarco de não pagar fornecedores e funcionários na segunda-feira, anunciada na noite de sexta-feira, por causa do bloqueio de suas contas, determinado pela Justiça, “vai provocar o caos em Mariana”. A afirmação é do prefeito Duarte Júnior, que criticou duramente a mineradora: “A empresa falhou ao emitir esta nota. Imaginem a situação dos donos de hotel, quem serve refeição, enfim, todo mundo que precisa receber. O problema do bloqueio deve ser resolvido com o MP, a Justiça”, disse.
O prefeito também considerou a ação da mineradora um gesto extremo e desnecessário, pois havia um canal de diálogo da administração municipal com a Samarco. “As conversas com a empresa estão fluindo bem, não precisava disso”, afirmou Duarte Júnior.
Já o promotor de Justiça Guilherme Meneghim acredita que a Samarco não vai demorar a quitar seus compromissos com fornecedores e empregados. “Ela tem recursos aplicados no exterior e deve cumprir seus compromissos. Semana que vem, tenho certeza, ela vai saudar as dívidas.” Ele também considerou desnecessário o comunidado oficial da mineradora.
NOTA
O comunicado oficial da Samarco informando sobre o não cumprimento de seus compromissos financeiros com fornecedores e funcionários foi publicado no site da mineradora. A empresa alega que, “devido à manutenção da ordem de bloqueio de suas contas bancárias por pedido em ação judicial proposta pelo Ministério Público de Minas Gerais em Mariana, e autorizado pelo juízo desta cidade, solicitou adiamento do prazo para efetuar o depósito relacionado ao Termo de Compromisso firmado com este ministério e o Ministério Público Federal. Assim como o depósito, a empresa também não poderá cumprir os compromissos financeiros com seus funcionários e fornecedores.
A Samarco informou ainda que já solicitou liberação ao juízo de Mariana e continua tomandas medidas legais cabíveis para o desbloqueio das contas e, tão logo a situação seja regularizada, todos os seus compromissos financeiros serão cumpridos. No comunicado, a empresa ainda se desculpa pelo transtorno causado, principalmente a seus funcionários e fornecedores e reforça que as medidas para a regularização dos pagamentos não estão sob sua alçada.
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Foto: Antônio Cruz, Agência Brasil