Mais 150 famílias do MST ocuparam a Fazenda Agril, cuja área tem mais de 8 mil ha e é utilizada para desviar água do Rio Doce e abastecer a fábrica da empresa.
Na última sexta feira (20), mais 150 famílias do MST ocuparam a Fazenda Agril da Fíbria, cuja área tem mais de 8 mil ha e é utilizada para desviar água do Rio Doce e abastecer a fábrica no município de Aracruz, onde a empresa mantém seus plantios de eucalipto em territórios que outrora viviam comunidades indígenas e quilombolas.
Além das terras tomadas pela Aracruz Celulose, atualmente Fibria, a empresa desvia imensa quantidade de água para produção de papel e celulose. Com o desastre ambiental e social, em que a Samarco provocou em Mariana (MG), mas que alastrou por todo o Rio Doce, agravou ainda mais a situação das famílias que vivem do rio, como é o caso dos pescadores e ribeirinhos.
Para Rodrigo, da Direção Estadual do MST no Espirito Santo, “a ocupação de terra é uma das poucas alternativas aos moradores dessa região, pois é a possibilidade de conquistar terra para morar e trabalhar”. O dirigente acrescenta ainda que, “a ocupação da área foi bem recebida pelos moradores de Regência e outras comunidades. Muitas delas se integraram ao grupo para ocupar a área”.
A Fibria é a maior detentora de terra no estado, utilizando-a para o plantio de eucalipto. Mas a Fazenda Agril, por onde passa o canal Caboclo Bernardo, levando o pouco de água que chega em Linhares, é considerada pela empresa, área de preservação ambiental, conforme placa de identificação na área.
Enquanto a placa de identificação afirma que é uma “área de alto valor de conservação ambiental”, é possível ver rebanho bovino nas proximidades do leito do canal.
É assim que a empresa desapropria terra, expulsando camponeses e em conivência com o governo municipal e estadual, pois, junto com as mineradoras, como é o caso da Samarco, são as maiores financiadoras das campanhas eleitorais, em diversas eleições.
Parte das famílias já estão a mais de 7 anos em barracos de lona preta, na luta pela conquista de um pedaço de chão para construir, juntamente com outros companheiros/as, vida digna no campo e produzir renda e alimento para suas famílias e para a sociedade.
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Enviada para Combate Racismo Ambiental por José Carlos.