Incra/BA
A agenda do Dia da Consciência Negra – comemorado em 20 de novembro, começa no Incra/BA com a publicação de mais um relatório técnico de identificação e delimitação (RTID) de território quilombola. O documento consta na edição desta sexta-feira (13) do Diário Oficial da União.
O relatório delimita o Território Quilombola Tabatinga, Jirau Grande, Guaraçu, Guerém, Baixão do Guaí e Porto da Pedra, situado entre os municípios de Maragogipe e Nazaré, no Recôncavo Baiano, que reúne seis comunidades quilombolas e beneficia 251 famílias em uma área total de 5.966 hectares. O documento será entregue às famílias pela presidente do Incra, Maria Lúcia de Oliveira Falcón, que visita a comunidade na tarde deste sábado (14).
Esse é o vigésimo sexto RTID publicado pelo Incra/BA. Ao todo, foram seis somente em 2015. Até o próximo dia 20, segundo o coordenador do Serviço de Regularização de Territórios Quilombolas, Flávio Assiz, há a expectativa de publicar o relatório da comunidade Luna, no município de Lençóis, na região da Chapada Diamantina.
Guerra do Paraguai
Uma das histórias narradas pelas comunidades relata uma peculiaridade sobre a formação da comunidade de Guaruçu. É que a origem dela veio de um negro que se escondia do recrutamento para a Guerra do Paraguai sobre a promessa de alforria.
De acordo com o relatório antropológico, o resgate narrativo da comunidade refere-se ao início do século XVII. “Trata-se de um tempo histórico-mítico”, por eles denominado “o tempo dos engenhos”, conforme consta no documento.
Nas comunidades há ruínas de antigos engenhos, casarões coloniais da época do apogeu dos engenhos de cana-de-açúcar, já que não era incomum a formação de quilombos nas proximidades dos engenhos, após o declínio do ciclo açucareiro.
Economia
Todas as famílias desenvolvem a atividade de pesca e mariscagem, fonte do principal sustento. Além disso, elas comercializam mel, dendê e farinha de mandioca que produzem nas pequenas roças. O grupo ainda confecciona e comercializa roupas de camas para hotéis com a marca da comunidade.
Agenda
Antes de entregar o RTID no município de Maragogipe, a presidente do Incra, Maria Lúcia Falcón, reúne-se com lideranças de comunidades quilombolas do Recôncavo Baiano em Cachoeira. O encontro será na manhã deste sábado (14) no auditório da Universidade Federal do Recôncavo Baiano, às 9 horas. O objetivo é ouvir demandas e discutir a política de regularização de territórios quilombolas.
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Foto: Acervo Incra/BA
A unica instancia que nçao avança é o reconhecimento dos direitos originarios dos povos indigenas!Parece que o direito originario foi enterrado na retórica!