Por José Rabelo, no Século Diário
A votação do Prêmio Ecologia 2015 se encerra nesta terça-feira (10), praticamente ao mesmo tempo em que a enxurrada de lama vinda de Minas Gerais avança em direção ao Espírito Santo. O prêmio é uma iniciativa do governo do Estado, Samarco e Vale —controladora da primeira, ao lado da BHP Billinton. Justamente a Samarco e a Vale, responsáveis pela tragédia que resultou no rompimento de duas barragens de rejeito de minério no município mineiro de Mariana, são as patrocinadoras do prêmio, que na edição deste ano incentiva projetos inovadores, pasmem, na área de recursos hídricos.
A tragédia anunciada causada pelas duas empresas põe em risco, ironicamente, o Rio Doce, que já vem padecendo com a estiagem. Para 2016, o governo deveria mudar o nome do prêmio para Prêmio Destruição Ecológica. Ações nesse sentido não faltam.
Diga-me com quem tu andas…
Imaginem o constrangimento do governador Paulo Hartung (PMDB) anunciando nos próximas dias os vencedores do Prêmio Ecologia 2015, ao lado dos parceiros Vale eSamarco, depois do tsunami de lama contaminada arrasar um dos mais importantes patrimônios hídricos do Estado. Mas esse é o risco que se paga quando se faz parceria com poluidoras. Agora não adianta virar as costas para o parceiro e fingir que não se conhecem.
podia ser também “prêmio lavagem verde e marrom”.