Autora da página Escreva Lola Escreva, um dos blogues feministas de maior expressão no Brasil, a professora universitária foi novamente alvo de ataques na rede
Por Revista Fórum
A professora universitária Lola Aronovich, autora da página Escreva Lola Escreva, um dos blogues feministas de maior expressão no Brasil, é mais uma vez alvo de ataques cibernéticos. No início do mês, foi criado, em seu nome, um site que prega discursos de ódio, como a apologia ao infanticídio de meninos, por exemplo. Após atingir repercussão na internet ao longo dos últimos dias, o “Lola Escreva Lola” foi tirado do ar.
O blogue trazia posts que incentivavam a queima de bíblias, nos quais o perfil falso que se fazia passar pela autora dizia vender Misoprostol, o medicamento mais utilizado para a realização de abortos. Em texto publicado na última segunda-feira (2), a professora nega qualquer tipo de envolvimento com a página, que diz ter sido feita para incriminá-la, e reúne provas de que o responsável pela ação é Marcelo Valle Silveira Mello, um dos mais famosos incitadores de ódio da internet brasileira. No último dia 8, inclusive, a blogueira já havia registrado um boletim de ocorrência contra Mello por conta do site.
Embora Aronovich tenha afirmado de todas as maneiras não ter relação nenhuma com o “Lola Escreva Lola” , figuras como o cantor Roger, do Ultraje a Rigor, e Olavo de Carvalho divulgaram o blogue em seus perfis no Twitter, o que, segundo ela, contribuiu para que o site viralizasse. “Vale tudo para caluniar feministas e pessoas de esquerda, mesmo espalhar mentiras sabendo que são mentiras. Grande parte dos reaçasquer acreditar que um dos maiores blogs feministas do país defende infanticídio de meninos. Assim fica mais fácil rotular. Se eles lessem meu blog, ficariam confusos com textos que não excluem ninguém e que nunca pregaram qualquer tipo de ódio a homens ou a quem quer que seja (nem a mascus e reaças que me difamam e me ameaçam de morte e estupro desde 2011)”, escreveu.
Diante das ameaças que recebe dos chamados masculinistas, Lola decidiu, no início do ano, recorrer à polícia.
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Imagem: Reprodução/EscrevaLolaEscreva