Com o tema: Terra, Território e Poder, nós militantes da Teia dos Povos, nos reunimos entre os dias 29/10 e 01/11/2015 no Assentamento Terra Vista, no Município de Arataca, Estado da Bahia, para realizarmos a IV Jornada de Agroecologia e reafirmarmos o nosso compromisso com a defesa dos direitos, da vida e da transformação social, ao mesmo tempo que repudiamos a democracia burguesa e todas as formas de enganação política e moral que levam a crer que há soluções justas dentro do capitalismo.
Diante das diferentes crises proporcionadas pelo capitalismo que afrontam e põem em risco a vida de todas as espécies no planeta, viemos, com urgência, convidar todas as forças comprometidas com a ética, a justiça e a dignidade, para lutarmos juntos contra a exploração do trabalho humano, a devastação da natureza, o envenenamento e a intoxicação dos organismos vivos e, a favor de um projeto popular de poder, que envolva, em uma ampla teia democrática e pluriétnica, mulheres, homens, jovens e crianças na busca pela emancipação social e humana.
Constatamos que a situação de calamidade que se encontram os corpos d’água brasileiros em todas as regiões do Brasil, não têm como causa as crises climáticas, mas na ganância dos capitalistas que encontram, nos bens da natureza, o último recurso para acumularem riquezas. Para além disso, denunciamos que a causa maior da violência contra as águas têm suporte político, jurídico e militar do governo conivente e colaborador das forças dominantes e dirigentes do País.
Exigimos do governo Brasileiro a imediata realização da reforma agrária, a demarcação dos territórios indígenas e áreas de remanescentes de quilombos, o cumprimento das legislações no que se refere à educação dos povos do campo, das águas e das florestas, o oferecimento de educação com qualidade para toda a classe trabalhadora e a interrupção imediata do fechamento das escolas do campo e da cidade, bem como, que o Congresso Nacional suspenda todos os projetos de lei criminosos que afrontam o direito ao território próprio dos povos indígenas, negros e trabalhadores em geral.
Declaramos que, enquanto índios, negros, camponeses, lutadores e lutadoras sociais, não temos mais espaço neste modo de produção que prioriza a acumulação, por meio da produção de mercadorias, para satisfazer aos geradores de violência que concentram a renda e as decisões políticas sobre o destino da humanidade, por isso, convidamos o povo à rebelião geral, pela defesa da vida, da soberania e da dignidade.
Saudamos com as nossas experiências e comemoramos os avanços alcançados na construção de projetos agroecológicos de iniciativa popular que visam a construção de uma sociedade Socialista. Nos colocamos à disposição da luta em prol de uma educação crítica e libertadora, da conscientização da classe trabalhadora, povos e comunidades tradicionais e da implantação de soluções que se oponham ao esforço devastador do capital.
Nos comprometemos a lutar contra a exploração da terra, das águas, das espécies da natureza e dos seres humanos, ao mesmo tempo que convocamos todos os seres de luz e encantados, para fortalecer nossa ancestralidade e caminharmos juntos na reconstrução do “Bem Viver”.
Nos somamos a quem luta e resiste contra o assalto aos direitos sociais que o governo vem implementando, que faz penar os trabalhadores, aumentar a violência e leva a sociedade ao retrocesso e à barbárie, ao mesmo tempo que, convidamos para lançar-nos ao trabalho de base, no plantio de novas sementes naturais e organizativas para resgatarmos a esperança, a indignação e a coragem de traçarmos o nosso próprio destino em direção à nova sociedade.
Juntos construiremos uma sociedade justa, fraterna e solidária.
Vida longa à Teia do Povos!
Diga ao povo que avance! Avançaremos!