Dona da área verde, siderúrgica tenta diminuir a atuação de órgãos públicos na mata
Por Vera Araújo, O Globo
“Cria” da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), como faz questão de dizer, o aposentado Cosme Teodoro Ferreira, de 87 anos, gosta de se lembrar da algazarra que os filhos faziam, há mais de quatro décadas, correndo pela Floresta da Cicuta, encravada na cidade de Volta Redonda. As gerações seguintes não tiveram a sorte de se divertir da mesma forma. Hoje, a área de proteção ambiental, considerada o pulmão verde do município e cheia de espécies remanescentes de Mata Atlântica, é cercada. Os portões ficam permanentemente trancados com cadeados. Uma empresa de vigilância proíbe a entrada de moradores da região. A CSN, que empregou Cosme quando era uma estatal, foi privatizada em 1993. No “pacote”, os novos proprietários levaram, de “porteira fechada”, a floresta de cem hectares, tamanho equivalente ao de cem campos oficiais de futebol. (mais…)