Um tapa na cara

As agressões sofridas por Verônica Bolina e o assassinato de Laura Vermont, duas trans de São Paulo, causaram revolta nas redes sociais. Mas suas histórias não são ponto fora da curva: todos os dias, homens e mulheres trans enfrentam uma profusão de desrespeitos e violências

por Jessica Mota, A Pública

Verônica Bolina cresceu em Mococa, uma cidade de aproximadamente 69 mil habitantes no interior de São Paulo, na divisa com Minas Gerais. Sua mãe, Marli Alves, percebeu que a filha era diferente quando tinha ainda 6 anos. Aos 14, Verônica decidiu se assumir completamente. O pai não aceitava. A mãe foi chamada diversas vezes na escola. Não a queriam com as roupas e o jeito de mulher. “Eu não tinha como falar não. Ela queria ser uma grande mulher”, lembra Marli, por telefone, em tom melancólico. O preconceito perseguiria Verônica pela cidade. “Teve uma vez que saí de mão dada com ela, na rua, e eu falava: ‘Filha, não olha pra trás, olha pra frente. Preconceito você vai ter pra sempre, mas não olha pra trás. Deixa os outros rirem de você. Você tem a mim’.” (mais…)

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Como conversar com um fascista? Sobre um desafio teórico-prático, por Marcia Tiburi

Na Revista Cult

O genocídio indígena, o massacre racista e classista contra jovens negros e pobres nas periferias das grandes cidades, a homofobia, o feminicídio, a manipulação das crianças, em poucas palavras, o ódio ao outro, se estabelece em nossa sociedade no âmbito do extermínio da própria política. Sabemos que é preciso exterminar a política para que o capitalismo selvagem (tendencialmente, sempre selvagem) se mantenha. É preciso exterminar o desejo de democracia pelo autoritarismo efetivado na prática diária. Para exterminar a política é preciso que o povo a odeie e é isso o que o autoritarismo é e faz.

O autoritarismo é um modo de exercer o poder, mas é também um ideário, uma espécie de regime de conhecimento. Como visão de mundo, ele é fechado ao outro. Ele opera pelo discurso e pela prática sempre bem engrenadas que se organizam ao modo de uma grande falácia, ao modo de um imperativo de alto impacto performativo: o outro não existe e, se existe, deve ser eliminado. Ora, dizemos “regime de conhecimento” pensando na operação mental da negação do outro, mas o conhecimento como gesto na direção do outro é justamente o que é destruído pelo autoritarismo que se basta como máscara sem rosto do conhecimento transformado em ideologia, ou seja, em ofuscamento da verdade social. (mais…)

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Lançada revista Animus sobre “Comunicação, Identidades Raciais e Racismo” (para baixar)

Nota editorial

Curadores: Liv Sovik e Thiago Ansel*

O convite da revista Animus aos pesquisadores em Comunicação para submeter trabalhos para um dossiê sobre o tema “Comunicação, Identidades Raciais e Racismo”, veiculado pela lista da COMPÓS, recebeu um numero recorde de submissões na experiência da revista. O tamanho da vontade de publicar sobre o tema fala, ao nosso ver, de uma demanda represada, principalmente entre pós-graduandas e
pós-graduandos que constituíram a maioria desses autores. Demanda represada porque o tema está muito vivo na sociedade brasileira e nas experiências de um crescente número de estudantes negros e negras, matriculados nos programas de pósgraduação em Comunicação, mas pouco discutido na área. (mais…)

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Estudantes pró-diversidade são ameaçados de morte na Federal do ABC

Alunos temem escalada sem limites da violência. Grupo religioso percorre câmaras de vereadores da região para pressionar pela exclusão do tema dos planos municipais de Educação

por Camilla Feltrin, do ABCD Maior, na RBA

“Viado tem que morrer”, “vai ter homofobia sim” e “viado vai morrer: bala ou aids” são algumas das ameaças escritas nas paredes da Universidade Federal do ABC (UFABC) de São Bernardo, no ABC paulista, que surgiram na última semana e estão aterrorizando os alunos. De acordo com estudantes que não quiseram se identificar, a reação pode ser motivada pela rearticulação do grupo Prisma, uma comunidade acadêmica voltada à promoção da diversidade. (mais…)

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Para Ela Wiecko, vice-PGR, homofobia deve ser enfrentada por todas as instituições

Assunto foi tema de audiência pública na Comissão de Direitos Humanos do Senado

PGR

A violência motivada por orientação sexual e identidade de gênero precisa ser enfrentada pelo poder público. Essa foi a defesa da vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, durante audiência pública da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado, realizada nesta quarta-feira, 24 de junho. Durante a audiência pública convocada pela senadora Marta Suplicy (PT-SP), movimentos sociais apresentaram um documento em que pediram a criminalização da homofobia. (mais…)

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Suprema Corte norte-americana decreta direito a casamento gay em todo o país

Da Agência Lusa, na Agência Brasil

O Supremo Tribunal dos Estados Unidos decretou hoje (26) que o casamento homossexual é um direito em todos os estados do país, em uma decisão considerada histórica.

O Supremo Tribunal considerou que a Constituição dos Estados Unidos exige que todos os estados reconheçam e formalizem o casamento entre pessoas do mesmo sexo. (mais…)

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RJ – Volta Redonda: MPF vai apurar casos de homofobia no município

Relatório com casos e suspeitas de homofobia em Volta Redonda foi encaminhado ao órgão

MPF/RJ

O Ministério Público Federal (MPF) em Volta Redonda instaurou inquérito civil público para apurar os casos de homofobia que ocorrem no município e acompanhar a atuação dos órgãos de segurança pública na identificação da motivação específica para a prática de crimes contra os homossexuais. O inquérito busca, ainda, acompanhar as políticas públicas que vêm sendo adotadas pela prefeitura em favor do respeito aos homossexuais.

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