A psicanalista Maria Rita Kehl, autora do capítulo sobre povos indígenas do relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV), trazido a público em dezembro de 2014, encaminhou ontem, terça-feira, uma carta a todos os ministros do Supremo Tribunal Federal para sensibilizá-los sobre o equívoco da tese do “marco temporal” e o entendimento enviesado do que significa “o renitente esbulho”. Dada a importância do conteúdo dessa manifestação, reproduzimos abaixo o texto integral da carta – disponível no site da Mobilização Nacional Indígena em PDF. (Henyo Barretto)
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São Paulo, 9 de Abril de 2015
Excelentíssimo Senhor Ministro Gilmar Mendes, Membro do Supremo Tribunal Federal
Na condição de cidadã brasileira e ex-integrante da Comissão Nacional da Verdade (CNV) – órgão de Estado criado por meio da Lei nº 12.528, de 18 De Novembro De 2011, e cujo mandato terminou no dia 16 de dezembro de 2014 – escrevo mui respeitosamente, para fazer chegar às mãos de Vossa Excelência cópia integral do capítulo denominado “Violações de Direitos Humanos dos Povos Indígenas”, que compôs o Volume II do Relatório Final apresentado pela CNV como resultado de cerca de 2 anos e 8 meses de pesquisas a respeito das graves violações de direitos humanos praticadas sob o patrocínio do Estado Brasileiro contra diversos setores da população brasileira, no período de 18 de setembro de 1946 até a 5 de outubro de 1988. (mais…)
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