Tragédia que começou em Mariana é a maior da história com barragens de rejeitos

Volume de material despejado é duas vezes e meia superior ao segundo maior

Por Ana Lúcia Azevedo, em O Globo

RIO – A tragédia de Mariana é o maior acidente da História em volume de material despejado por barragens de rejeitos de mineração. Os 62 milhões de metros cúbicos de lama que vazaram dos depósitos da Samarco no dia 5 representam uma quantidade duas vezes e meia maior que o segundo pior acidente do gênero, ocorrido em 4 de agosto de 2014 na mina canadense de Mount Polley, na Colúmbia Britânica, diz o pesquisador Marcos Freitas, coordenador executivo do Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais (Ivig), ligado à Coppe/UFRJ. (mais…)

Ler Mais

O assassinato das mineradoras

O Estado mostrou incapacidade de proteger a população no desastre de Mariana

Por Francisco Câmpera, em El País

A ganância do homem nunca teve limite. Em busca do lucro vale tudo: matar, mentir, manipular, e sabe-se lá o que mais. Sempre foi assim na história da humanidade e hoje não é diferente. O caso do rompimento das duas barragens da mineradora Samarco em Minas Gerais é um exemplo perfeito. Primeiro vamos voltar ao fim do século XVII, época em que descobriram ouro na região onde está aSamarco. O cobiçado metal era tão farto que era fácil achá-lo com uma peneira no leito do Rio Doce, o mesmo rio onde ocorreu o desastre. A empresa conseguiu fazer em poucos dias o que a exploração de ouro não fez em séculos – destruir o rio, envenenado pelos dejetos das barragens, como o mercúrio e outras substâncias tóxicas. (mais…)

Ler Mais

PA: MPF recorre para que Vale indenize povos indígenas por danos ambientais e à subsistência física

MPF ajuíza recurso para que Vale indenize povos Xikrin e Kaiapó por danos ambientais e à subsistência física

MPF

O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou nesta sexta-feira, 13 de novembro, recurso contra decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que suspendeu compensação financeira pela mineradora Vale S/A aos povos indígenas Xikrin e Kayapó, localizados no Pará. O agravo regimental, assinado pelo subprocurador-geral da República Nicolao Dino, foi encaminhado ao presidente daquela Corte, que havia determinado o bloqueio em conta judicial dos valores arbitrados, enquanto permanecer decisão suspensiva. (mais…)

Ler Mais

Cientistas se organizam para fazer análise independente do desastre de Mariana

Pesquisadores estão indo a campo por conta própria para coletar amostras, resgatar animais e analisar o verdadeiro impacto ambiental do tsunami de lama que varreu a bacia do Rio Doce

Por Herton Escobar, em seu blog no Estadão

Centenas de cientistas brasileiros estão se organizando, voluntariamente, para fazer uma avaliação independente do impacto ambiental causado pelo rompimento das barragens de Mariana. Muitos deles se deslocaram para os locais atingidos pelo desastre e estão coletando dados e amostras para análise, num esforço que lembra o de médicos voluntários ajudando vítimas de um terremoto (neste caso, um tsunami de lama). Um grupo foi criado no Facebook para organizar os esforços e uma iniciativa de crowdfunding foi lançada para financiar as análises e a elaboração do relatório: (AQUI) (mais…)

Ler Mais

Sociedade civil realiza novo protesto em frente à Vale nesta segunda-feira

No Século Diário

A população capixaba vai às ruas nesta segunda-feira (16) para responsabilizar mais uma vez a Vale pela tragédia humana e ambiental do rompimento das duas barragens da Samarco Mineração em Mariana (MG). O novo ato, agora com ampla convocação popular, se concentra às 17 horas na Universidade Federal do Estado (Ufes). O destino será a portaria da mineradora no final da Praia de Camburi, em Vitória.

Assim como a intervenção artística dessa sexta-feira (13), “Manchada de Lama, realizada na portaria da Vale em Carapina, na Serra, o segundo ato é uma iniciativa do Frente Capixaba de Lutas, que reúne diversas organizações do Estado. No evento criado no Facebook, com o título “Não foi acidente, a Vale deve pagar”, já estão confirmadas a participação de 2.600 pessoas. A mesma mobilização será realizada no Rio de Janeiro. (mais…)

Ler Mais

Moradores da extinta Bento Rodrigues exigem das mineradoras novo local rural, com espaço e liberdade

“A nova Bento tem de ser bem parecida com a antiga. As pessoas tinham hortas, quintais e, agora, estão em hotéis. O povo não está acostumado a viver assim”

Por João Henrique do Vale, Daniel Camargos, Pedro Rocha Franco (enviados especiais), no EM

Mariana – Um novo Bento Rodrigues, o povoado mais devastado pelo estouro das duas barragens da Samarco, será reconstruído em outro lugar na área rural de Mariana, a 110 quilômetros de Belo Horizonte. Pelo menos essa foi a decisão dos desabrigados pelo tsunami de lama numa reunião, na manhã de ontem, com a participação de representantes do poder público. O prefeito da cidade histórica, Duarte Júnior, concordou com o desejo das vítimas: “A população decidiu que não quer a reconstrução naquele local. Então, hoje está definido que Bento deixou de existir”. (mais…)

Ler Mais

Plano de emergência das barragens de Fundão e Santarém tem falhas e lacunas

Por  Sandra Kiefer, no Estado de Minas

Os Planos de Ação Emergenciais (Paes) das barragens de Fundão e Santarém, que romperam há 10 dias em Mariana, na Região Central do estado, apresentados oficialmente na sexta-feira pela Samarco (controlada pela Vale e pela BHP Billinton) ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), estavam sem data e desatualizados, a ponto de conter números antigos de telefones na lista de moradores a serem avisados em caso de acidente.

Ao contrário do que prevê a Lei Nacional de Segurança de Barragens, de número 12.334, de 2010, os povoados atingidos pelo tsunami de lama, que já chegou ao Espírito Santo, nunca receberam treinamento contra catástrofes nem tiveram papel definido a cumprir em casos de tragédia, procedimento que já deveria ser comum em Minas, que centraliza perto de 800 barragens. (mais…)

Ler Mais

Ato Público contra Vale no Espírito Santo: “Manchada de Lama”

Por Manaira Medeiro, no Século Diário. Fotos: Leonardo Sá/Porã

Gritos de ordem, caixão, pessoas sujas de lamas e pedidos de basta. Esse foi o tom da intervenção artística realizada em frente à portaria da Vale em Carapina na manhã desta sexta-feira (13). O ato, realizado por representantes da sociedade civil organizada, interditou a portaria da empresa durante uma hora e meia. Assim como a cidade devastada pelas barragens da Samarco Mineração, controlada pela Vale e BHP Billiton, a mineradora ficou tomada de lama.

Cartazes em punhos cobravam a responsabilidade da Vale pela tragédia humana e ambiental em Mariana (MG). Indignação: “Não foi acidente, a Vale matou rio, matou bicho e matou gente”. Denúncia: “A Vale tem cheiro de morte, a Samarco tem cheiro de morte, o Rio Doce tem cheiro de morte. O Rio Doce está amargo”; “Cem anos para o Rio Doce tentar se recuperar”. Cobrança: “Quanto Vale a vida dessas pessoas?”, “Quem vai pagar a conta?”, “Tem preço?”, “Chega!”, Assassina!”. (mais…)

Ler Mais

MG – Cursos d’água atingidos pela onda de lama agonizam. Agora, transportam transtorno e ameaças de doenças

Por  Paulo Henrique Lobato, Renan Damasceno (enviados especiais) e Luiz Ribeiro, no EM

Mariana, Barra Longa, Governador Valadares e Naque – O olhar de Viviane Siqueira, de 35 anos, clama por socorro enquanto ela observa, incrédula, o tsunami de lama causado pelo estouro de duas barragens da Samarco, na área rural de Mariana, causando a maior devastação ambiental de Minas Gerais, com reflexos graves até o Espírito Santo. Especialistas sustentam que mais de 100 nascentes foram soterradas e que a recuperação do ecossistema consumirá décadas e pode nunca ser total.

A catástrofe contaminou o Rio Doce, o maior do Sudeste brasileiro, com 853 quilômetros de extensão, conforme análise encomendada pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Baixo Guandu (ES), cidade que faz divisa com Minas. Indignado, o presidente do departamento, Luciano Magalhães, concluiu: “Podemos afirmar que o Doce está morto”.

(mais…)

Ler Mais

Vale planeja barragem na Grande Belo Horizonte até 15 vezes maior que as duas que romperam

Cidade em que estrutura seria construída fica a aproximadamente 100 metros do Rio das Velhas, que deságua no São Francisco

Agência Estado

A Vale quer construir em Rio Acima, na Grande Belo Horizonte, uma barragem de rejeitos de minério de ferro que será entre 10 e 15 vezes maior do que as duas que romperam em Bento Rodrigues, distrito de Mariana, na última quinta-feira.

As estruturas, que pertenciam à Samarco, controlada pela Vale, tinham capacidade para 300 milhões de toneladas de rejeitos. Depois de inundar Bento Rodrigues, e deixar seis mortos, identificados até esta quinta-feira, a lama chegou ao Rio Doce, matando animais, interrompendo o funcionamento de hidrelétricas e obrigando cidades ribeirinhas a suspender o bombeamento de água para tratamento. (mais…)

Ler Mais